Maia avisa a correligionários que anuncia se fica ou se deixa o DEM na 2ª
Colegas de partido confirmam a informação e esperam que ele fique. O clima ficou “ruim” após a eleição da Mesa Diretora
atualizado
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O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avisou a colegas de partido que vai anunciar, na próxima segunda-feira (8/2) a decisão se fica ou se se desfilia do DEM. Correligionários confirmaram a informação e esperam que ele fique no partido.
O parlamentar vai se reunir neste fim de semana com o seu grupo político no Rio de Janeiro – o vereador Cesar Maia (DEM), seu pai; o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM); e o secretário de Fazenda do Rio, Pedro Paulo (DEM).
O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (BA), confirmou que Maia avisou que fará uma reflexão, junto ao seu grupo político, e que na segunda-feira comunicará a decisão. “A gente aguarda e espera que ele fique, mas é uma decisão pessoal”, ponderou.
Não há, todavia, janela partidária e uma desfiliação, neste momento, poderia acarretar na perda de mandato. A saída precisa ser negociada ou o ato burocrático precisaria ser feito em outro momento.
O secretário-geral do DEM, Pauderney Avelino (AM), disse que Maia, quando disse que deixaria o partido, estava de cabeça quente e acredita que ele pode ficar na legenda.
“Tive uma conversa longa com ele, disse que, aqui no DEM, ele tem prestígio, espaço e amigos. Sair do partido não é solução para ele, a solução para ele está aqui [no DEM]”, disse.
Expectativa de saída
Outros correligionários disseram que a expectativa é que Maia deixe o partido, diante do clima que ficou após a eleição da Mesa Diretora da Câmara. O parlamentar tem conversado com o PSL. O Cidadania seria outra possibilidade. O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, também abriu a possbilidade a Maia. Mas não há, todavia, nenhuma definição quanto à filiação.
O ex-presidente da Câmara foi o principal articulador da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), mas não teve o apoio da bancada do DEM. No dia anterior a eleição da Câmara, o partido anunciou neutralidade e mais da metade votou no deputado Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo Palácio do Planalto, que se elegeu presidente da Casa.
A bancada do DEM ficou incomodada com Maia pela forma com que ele conduziu o apoio a Baleia Rossi, sem ser consultada. O ex-presidente da Câmara, por sua vez, se sentiu abandonado pelo presidente do partido, ACM Neto, e colegas do partido.
Maia chegou a dizer a Neto que o DEM se tornaria conhecido como “partido da boquinha” por supostamente trocar apoio por cargos.