Machado diz ter repassado propina a 18 políticos, segundo jornal
A acusação consta na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, segundo reportagem publicada pela Folha de S. Paulo
atualizado
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Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado relatou ter repassado propina ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e ao menos 18 políticos de diferentes partidos, passando por PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB. “Embora a palavra propina não fosse dita, esses políticos sabiam ao procurarem o depoente que não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a Transpetro”, afirmou.
O conteúdo foi divulgado nesta quarta-feira (15/6) no site da Folha de S. Paulo (confira o arquivo na íntegra). De acordo com a reportagem, o PMDB, que indicou Machado à presidência da Transpetro, foi o que mais arrecadou: cerca de R$ 100 milhões, de acordo com seus depoimentos.De acordo com ele, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, Machado solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contratos com a subsidiária da Petrobras.
Segundo o delator, Temer teria pedido a ele recursos ilícitos para a campanha de Gabriel Chalita (PMDB) à Prefeitura de São Paulo em 2012. O valor acertado entre ambos foi de R$ 1,5 milhão. O pagamento teria saído dos cofres da Queiroz Galvão, uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato.
O senador Aécio Neves (PMDB-MG) também foi citado. De acordo com Machado, ele recebeu, de forma ilícita, R$ 1 milhão em dinheiro em 1998. O dinheiro veio de um fundo montado com o até então senador Teotonio Vilela, que era presidente nacional do PSDB na época. O objetivo era financiar a bancada do partido na Câmara e no Senado, usando o dinheiro em campanhas para a reeleição.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/machado-diz-que-aecio-recebeu-doacao-ilegal-de-1-milhao-em-dinheiro-19511661#ixzz4BftJZwEH
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A lista de políticos entregue por Sérgio Machado inclui nomes como o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), o ex-senador Sérgio Guerra (PSDB-PE, morto em 2014), o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e o deputado Felipe Maia (DEM-RN).
Além deles, outros que o procuraram pedindo recursos foram, de acordo com sua delação, foram os caciques do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e José Sarney (AP), e parlamentares e ex-parlamentares Cândido Vaccarezza (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Luiz Sérgio (PT-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ), Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Ideli Salvatti (PT-SC), Jorge Bittar (PT-RJ), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Valter Alves (PMDB-RN) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Segundo a Folha de S. Paulo,no caso de Renan, Jucá e Sarney, o ex-presidente da Transpetro relatou que eles receberam tanto por meio de doações oficiais como de dinheiro em espécie. Machado detalhou quais doações feitas a ele podem ser consideradas como propina. “Quando chamava uma empresa para instrui-la a fazer doação oficial a político, ele sabia que isso não era lícito, que a empresa fazia doações em razão de seus contratos com a Transpetro”, disse Sérgio Machado, em um de seus depoimentos.
Entre as empresas citadas estão a Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, Queiroz Galvão, NM Engenharia, Estre Ambiental, Polidutos, Essencis Soluções Ambientais, Lumina Resíduos Industriais e Estaleiro Rio Tietê. A reportagem ainda não conseguiu contato com os citados. (Informações do site Folha de S. Paulo)
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