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Lupi oferece Ciro Gomes ao PT como ‘plano B’ em 2018

Entre idas e vindas, PDT participa de governos petistas desde a gestão de Lula. Atualmente, legenda ocupa o Ministério das Comunicações, com o deputado André Figueiredo

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Ciro Gomes fala e gesticula sob fundo preto, sentado. Ele usa terno e gravata na paleta cinza - Metrópoles
1 de 1 Ciro Gomes fala e gesticula sob fundo preto, sentado. Ele usa terno e gravata na paleta cinza - Metrópoles - Foto: PT/Divulgação

Dando como certa a candidatura do PDT à Presidência da República em 2018, o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, disse nesta quinta-feira (21/1) que tem procurado dirigentes do PT em busca de apoio à candidatura do ex-ministro Ciro Gomes. O pedetista afirmou que tem ouvido de uma “parcela significativa” de líderes do partido da presidente Dilma Rousseff que Ciro pode ser uma opção para o PT.

“Tenho tido conversas com muitos dirigentes do PT, hoje (21) mesmo estive almoçando com um, e a receptividade ao nome do Ciro é muito boa”, disse Lupi, sem mencionar os nomes desses petistas “Em resumo, eles dizem que o Ciro pode ser uma opção para o PT”, afirmou.

A possibilidade de o PT não ter candidato para suceder a presidente Dilma Rousseff em 2018 tem sido admitida por integrantes da base aliada e até mesmo do partido, em razão da crise pela qual a legenda passa em decorrência das investigações da Operação Lava Jato.

Lupi ressaltou na quinta (21) uma relação de “fraternidade antiga” entre o seu partido e o PT. Entre idas e vindas, o PDT participa de governos petistas desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a legenda ocupa o Ministério das Comunicações, com o deputado André Figueiredo (CE).

Relação com Dilma
A presidente Dilma tem uma relação especial com o PDT. Antes de entrar no PT, ela foi filiada à legenda. Nesta sexta-feira (22), a petista deve participar da reunião do diretório nacional do partido de Lupi, quando a sigla pretende fazer um ato em defesa do mandato dela. O diretório deve referendar posição contrária ao impeachment, já aprovada pela executiva nacional da legenda em dezembro.

Em mais um gesto de apoio a Dilma, o diretório deve reiterar o pedido de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desafeto político do Planalto. O peemedebista foi o responsável por abrir o processo de impeachment da petista, em dezembro do ano passado.

O diretório nacional do PDT também deve aprovar a tese de candidatura própria em 2018. Segundo Lupi, essa decisão já tinha sido avalizada pela executiva nacional desde o início de 2015, mas, assim como a posição contra o impeachment, precisa ser referendada.

O presidente nacional do PDT ressalta que o partido terá candidatura própria em qualquer que seja o cenário de 2018, até mesmo se Lula for candidato.

Apesar de ponderar que outros nomes do PDT poderão disputar a indicação da sigla, Lupi acha “difícil” alguém bater Ciro. O ex-ministro, que já foi candidato a presidente duas vezes – em 1998 e 2002, ambos pelo PPS – tem feito um giro pelo país em busca de apoio.

Atualmente, ele trabalha na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), comandando os trabalhos da construção da ferrovia Transnordestina.

‘Vários PTs’
Nesta quinta (21), Ciro fez elogios ao PT. Em entrevista, o ex-ministro disse que conhece o partido profundamente e sabe que existem “vários PTs”. “Conheço muita gente boa, muita gente séria no partido. Diria até que a maioria do PT”, afirmou. “Isso não quer dizer, entretanto, que não tenha azedíssimas críticas ao comportamento de uma fração bandida do PT.”

Cunha e Temer
Por outro lado, Ciro acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de conquistar protagonismo político por meio de práticas de corrupção, numa referência a casos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. “De onde vem o protagonismo do Eduardo Cunha? Vem do fato de ele roubar uma montanha de dinheiro e distribuir 80% disso entre os colegas”, afirmou.

O ex-ministro também atacou o vice-presidente Michel Temer. Disse que só quem for “idiota” acredita que o Temer está querendo, de fato, se reaproximar da presidente Dilma Rousseff. Ele ponderou, contudo, que a petista não deve repudiar isso. “Só quem for idiota acredita. Agora isso não quer dizer que a presidenta tenha que repudiar isso. Até porque a política vive desses bailados”, disse. “O que é importante é não acreditar, porque ele está no golpe e é capitão dele.”

Cunha e Temer afirmaram que não rebateriam as declarações de Ciro e que só conversam com o ex-ministro na Justiça. A assessoria do vice-presidente informou que deve entrar em breve com processo contra Ciro.

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