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Lula transforma evento sobre educação em palanque eleitoral

Ao participar de congresso da CNTE, o ex-presidente criticou Temer, a reforma do ensino médio e deu pistas de querer sair candidato em 2018

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Lula no CNTE
1 de 1 Lula no CNTE - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Em meio a uma recepção calorosa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez a sua primeira aparição pública em Brasília este ano. O petista participou, no fim da tarde desta quinta-feira (12/1), do 33º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), instituição ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT). E aproveitou a chance para transformar o evento em palanque político.

A chegada de Lula foi marcada por um pequeno tumulto. Um grupo de 10 pessoas se retirou da sala sob gritos de “golpistas” por boa parte do auditório cheio. Os militantes da Central Sindical e Popular-Conlutas (CSP) viraram as costas quando Lula começou a falar e disseram que o ex-presidente não os representava. Foram hostilizados pela plateia e tiveram de se retirar do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Passada a confusão, o ex-presidente abriu seu discurso dizendo que fez muito pela educação do país. “Tenho consciência de que, embora a gente não tenha feito tudo que era necessário fazer, ninguém fez tanto em tão pouco tempo em prol da educação neste país”, ressaltou.

Lula disse que tinha muito orgulho de, mesmo sem ter diploma universitário, ter sido o presidente que “mais construiu universidades no país”. Falou ainda sobre as cotas nas faculdades públicas e o preconceito racial no Brasil. “Mesmo que a lei diga que não pode haver preconceito, sabemos que ele está arraigado em cinco séculos”, ressaltou.

O ex-presidente também criticou a reforma do ensino médio, cuja proposta foi encaminhada ao Congresso Nacional pelo presidente Michel Temer (PMDB/SP). “Este país vai retroceder com as mudanças no Fies (Financiamento Estudantil) e com a reforma do ensino médio”, destacou, para depois pedir para que haja mobilização contra tais mudanças. “Não pode só gritar na porta do Congresso Nacional. Tem de fazer pressão sobre os deputados, cobrar, porque eles têm medo de perder o voto.”

Lula voltou a falar em “golpe” contra a presidente Dilma Rousseff. “Eles deram um golpe para destruir o que nós fizemos”, assinalou. E novamente deu uma pista de que pode sair como candidato na eleição de 2018. Ao se atrapalhar com os óculos, disse que o “país já fez tantas coisas, mas o candidato aqui não consegue mexer nos óculos.”

Mais à frente, falou que se voltar a ser candidato à presidência da República, “é para fazer muito mais do que nós fizemos”. A plateia gritou em seguida: “Brasil urgente, Lula presidente!”. O petista também não perdeu a chance de cutucar Temer. “Não vai ter credibilidade alguém que entrou pela porta dos fundos e inventou uma mentira deslavada para chegar à presidência.”

O ex-presidente pontuou a quebradeira dos estados e perguntou para a plateia: “Quem vai tirar este país da lama em que ele está? Esta é uma pergunta que vamos discutir em 2017.” Quando ele fez o questionamento, a plateia respondeu: “Lula”.

Por fim, Lula defendeu eleições diretas este ano. “Temos que lutar e conquistar o direito do povo brasileiro de votar para a presidência da República ainda em 2017”, destacou. Apesar das pretensões, no entanto, o ex-presidente ainda precisa resolver suas pendências judiciais. Hoje, Lula é réu em cinco ações na Justiça, no âmbito das operações Lava Jato e Zelotes, além de um processo no qual é acusado de tráfico de influência. Após o evento desta quinta (12), o ex-presidente saiu sem falar com a imprensa.

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