Lula terá Zé Dirceu na Casa Civil e Dilma na Defesa, diz Bolsonaro
Mandatário chamou a ex-presidente Dilma de “mandona” e afirmou que o PT vai ratear ministérios entre partidos políticos
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira (31/1), que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for eleito em outubro, ele vai colocar o ex-ministro José Dirceu no comando da Casa Civil e a ex-presidente Dilma Rousseff à frente do Ministério da Defesa.
“Alguém acha que se o cara [Lula] voltar, Zé Dirceu não vai para a Casa Civil? Dilma para o Ministério da Defesa?”, indagou Bolsonaro em evento de uma unidade da Petrobras em Itaboraí (RJ). “É a Defesa mesmo, porque ela é mandona e é uma arma poderosa”, completou, provocando risadas da plateia formada por ministros, parlamentares, o presidente da Petrobras e servidores da estatal petroleira.
Os dois petistas citados por Bolsonaro já assumiram a Casa Civil em diferentes momentos do governo Lula. O chefe do Executivo ainda acusou o partido rival de ter rateado ministérios entre partidos políticos e falou na existência de um “mapa da fidelidade” para acompanhar o alinhamento dos votos dos parlamentares com o governo.
Depois de uma aproximação com o Centrão, Bolsonaro passou a contar em ministérios-chave com importantes representantes de siglas que já compuseram a base de apoio de gestões petistas, como o PL e o PP.
O presidente licenciado do PP, Ciro Nogueira (PI), comanda a Casa Civil desde agosto de 2021, enquanto Flávia Arruda (PL-DF) é a ministra da Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.
Ao longo do evento desta segunda, Bolsonaro fez um discurso eleitoral no qual disparou uma série de críticas ao ex-presidente Lula, a quem chamou de “bandido”, e ao PT, que classificou como “quadrilha”.
Intenções de voto
Pesquisas eleitorais recentes mostram Bolsonaro atrás do ex-presidente Lula nas intenções de voto. Alguns levantamentos mostram que o petista tem chances de sair vencedor ainda em primeiro turno.
Atualmente um dos mais cotados para ser o candidato a vice de Bolsonaro, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, tem demonstrado preocupação com a caminhada de Jair Bolsonaro rumo à tentativa de reeleição.
Embora publicamente o discurso seja de manter o entusiasmo, criticar pesquisas e transmitir otimismo aos apoiadores, Braga Netto acompanha com preocupação os números dos principais institutos de pesquisa. A estagnação de Bolsonaro em menos de 25% tem feito o general temer até que o presidente já seja derrotado em primeiro turno por Lula.
Agendas no Rio
O presidente da República participou, na manhã desta segunda, da pré-partida da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Gaslub Itaboraí. À tarde, ele vai participar de cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental da Usina Termelétrica Gás Natural Açu II (GNA II), em São João da Barra (RJ).
O evento desta manhã contou com a presença do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), aliado de Bolsonaro. Antes do discurso presidencial, o governador fez um agradecimento público ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por uma emenda que definiu, em 2019, que 3% do lucro arrecadado pela Petrobras vai para os estados produtores de petróleo, entre eles o Rio. “Flávio, o povo do teu estado só tem a te agradecer, viu?”, elogiou Castro.