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Lula sobre Campos Neto: “Tem compromisso com o outro governo”

Presidente Lula atacou diretamente o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, indicado pelo governo Bolsonaro

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Imagem colorida do presidente Lula discursando em frente a uma bandeira do Brasil
1 de 1 Imagem colorida do presidente Lula discursando em frente a uma bandeira do Brasil - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Além de criticar a política monetária do Banco Central (BC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou pessoalmente, neste sábado (6/5), o presidente do órgão, Roberto Campos Neto.

Em coletiva de imprensa após participar da coroação do rei Charles III, em Londres, o petista disse respeitar a autonomia do BC, mas salientou que ela não significa que a instituição seja intocável.

“Eu não discuto autonomia do Banco Central, não é esse o meu problema”, disse ele. Na sequência, citou a atuação de Henrique Meirelles, que presidiu o BC em seus dois primeiros mandatos, e o comparou a Campos Neto, indicado na gestão Jair Bolsonaro (PL).

“Duvido que esse cidadão (Roberto Campos Neto) agora tenha mais autonomia que o Meirelles teve. Só que o Meirelles tinha responsabilidade de ter um governo discutindo com ele, olhando as preocupações, esse cidadão não tem”, afirmou.

“Ele (Roberto Campos Neto) não tem nenhum compromisso comigo. Ele tem compromisso com quem? Com o Brasil? Não tem. Ele tem compromisso com o outro governo, que o indicou, isso é importante ficar claro, e ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juros alta. Não há outra explicação.”

Segundo lei aprovada em 2021, no governo Bolsonaro, a autoridade monetária ganhou autonomia para fixar a taxa básica de juros, a Selic, uma das medidas adotadas para tentar controlar a inflação.

A legislação, que limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária, também estabeleceu mandatos não coincidentes do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto.

O presidente do banco assume sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só poderá efetuar uma troca no comando do BC a partir do segundo ano de gestão. No caso de Lula, isso só acontecerá em dezembro de 2024, quando termina o atual mandato de Campos Neto.

Campos Neto também costuma ser criticado pela participação ativa no grupo de WhatsApp dos ministros de Jair Bolsonaro durante as eleições, no qual ele seguiu mesmo após o BC perder o status de ministério (que aconteceu com a aprovação da lei de autonomia, em 2021).

Manutenção da Selic

Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem criticado a manutenção sucessiva da taxa Selic.

Na última quarta-feira (3/5), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou a decisão de manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano, o maior percentual em mais de seis anos.

Foi a primeira reunião do Copom desde a apresentação do projeto do novo arcabouço fiscal pelo governo federal, enviado ao Congresso Nacional em meados de abril. O governo esperava uma sinalização do colegiado em direção a uma redução na taxa, que não veio.

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