Lula sobre Bolsonaro: “Não podemos derrubar porque não gostamos”
Ex-presidente pediu paciência e disse em entrevista que o atual presidente não cometeu “ato insano ou crime” para enfrentar processo
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o PT não embarque em movimentos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “a menos que ele cometa um ato insano ou um crime”. Para o petista, o atual presidente não criou motivos para justificar um processo. “Não podemos removê-lo. Não podemos derrubar um presidente porque não gostamos dele. Seria a morte da democracia”, disse.
A opinião de Lula sobre Bolsonaro foi dada em entrevista ao jornal belga Le Temps (aqui, em francês), publicada no último domingo (01/03). O veículo entrevistou o ex-presidente porque ele se tornou notícia na Europa ao visitar o continente para receber o título de cidadão honorário de Paris.
A fala sobre Bolsonaro veio em uma pergunta sobre a legitimidade do presidente venezuelano Nicolás Maduro, que Lula disse ter sido eleito democraticamente.
O ex-presidente ainda usou o espaço para voltar a atacar seus processos judiciais e o coordenador da operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol.
“Sinto que uma gangue está tentando passar um homem inocente por um chefe da máfia. Para me condenar, o promotor usou uma apresentação em PowerPoint que não mostrou nada. Uma hora e meia depois, ele simplesmente disse: ‘Não me peça para provar, eu tenho convicção'”, disse o petista.