Lula sobre aprovação da reforma tributária: “Não foi favor para mim”
Na Câmara, o texto recebeu 382 votos favoráveis e 118 votos contrários, no primeiro turno; e 375 a favor e 113 contra, no segundo
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta quarta-feira (12/7), que a Câmara dos Deputados não fez um favor para ele ao aprovar a reforma tributária, na semana passada. A fala foi concedida durante reativação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e da imposição de medalhas de Ordem Nacional do Mérito Científico.
Com votação histórica e placar folgado, a Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de sexta-feira (7/7), o texto da PEC nº 45/2019, da reforma tributária, em dois turnos.
A matéria relatada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) recebeu 382 votos favoráveis e 118 votos contrários, no primeiro turno; e 375 a favor e 113 contra, no segundo. O texto ainda necessita, no entanto, da apreciação do Senado Federal.
“Quem acreditava que a gente fosse aprovar a reforma tributária com a pressa que aprovou na Câmara dos Deputados? Quem imaginava que a gente fosse aprovar o Carf? As coisas acontecem. A política é isso. A gente fazer com que as coisas impossíveis aconteçam para que as pessoas comecem a acreditar na política”, disse Lula.
“Nenhum deputado e nenhum senador fez nenhum favor para mim e nem para o governo. O projeto não é do governo, é da sociedade brasileira. Os deputados fizeram um favor para quem? Para a própria imagem do Congresso Nacional e do povo brasileiro”, pontuou o petista.
Antes do início da cerimônia, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, também falou sobre o tema e assegurou que o texto será aprovado no Senado Federal.
“Eu estive com os senadores. É convicção [de que a reforma será aprovada no segundo semestre], porque eu fiquei oito anos na CCJ e, durante oito anos, nós tratamos da (reforma) tributária. Eu participei da comissão especial da reforma no Senado. Sei os pontos confliutosos e muitos deles já foram resolvidos pela Câmara”, explicou a ministra.
Tebet declarou ainda que o texto da reforma tributária enfrenta dois problemas: “Estados que produzem versus estados que consomem” e “setores de serviços”. “É diálogo, debate, verificar o que pode ser melhorado e aperfeiçoado na reforma”, esclareceu.