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Lula reagiu com indignação a alguns assuntos do depoimento

Lula, segundo Paulo Teixeira, teria confirmado a ida ao tríplex do Guarujá e reiterado que o apartamento não é propriedade sua

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Lula
1 de 1 Lula - Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O depoimento de mais de duas horas prestado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Pavilhão de Autoridades, ao lado do aeroporto de Congonhas, abordou assuntos como as palestras proferidas por ele e o seu eventual envolvimento com o tríplex do Guarujá, o sítio de Atibaia e outros bens. Ele também teve que falar sobre a relação que mantinha com outros membros do PT, entre eles o ex-tesoureiro João Vaccari Neto e José Dirceu, disse nesta sexta-feira (4/3), o deputado federal Paulo Teixeira (PT), vice-líder do governo na Câmara. Teixeira acompanhou uma parte do depoimento, ao lado de três advogados que representavam Lula. Dois procuradores conduziram o depoimento.

Lula, segundo Teixeira, manteve serenidade durante o depoimento, mas também reagiu com indignação quando questionado sobre assuntos como pedalinhos de seus netos. Ele também explicou que seus bens estão declarados em seu Imposto de Renda.

Também perguntaram a Lula sobre bens pertencentes à Presidência da República e que estão em domínio público. “Perguntaram muito sobre esses bens e chegaram até a perguntar se havia vinho dentre esses bens. Ele disse que recebia presentes de vários presidentes da república e de primeiros-ministros e que recebeu garrafas de vinho, mas que não é grande apreciador de vinhos e que tem muita dificuldade de diferenciar o vinho nacional do estrangeiro”, relatou Teixeira.

Lula, segundo Teixeira, teria confirmado a ida ao tríplex do Guarujá e reiterado que o apartamento não é propriedade sua. “Ele disse que atribuem a ele algo que não é dele.”

O deputado destacou que Lula já teria prestado mais de “uma dezena” de depoimentos à PF e ao Ministério Público, e por isso a ação da Polícia Federal era injustificável. Teixeira não soube dizer se mais algum parente de Lula foi ouvido hoje, e sinalizou que os sigilos telefônico e bancário do ex-presidente teriam sido quebrados.

“O objetivo (da ação da PF) foi desgastar a imagem de alguém que lidera a corrida presidencial. Não se pode derrotar um candidato por meio da Justiça, um candidato se derrota nas urnas”, disse o vice-líder do governo na Câmara. “O Brasil escreveu nesta manhã uma página triste da sua história e espero que o povo brasileiro e o Supremo Tribunal Federal não permitam mais (esse tipo de situação). Entendo que hoje foi um baú de ilegalidades, inúmeras ilegalidades contra o presidente Lula, e acho que isso desacredita aqueles que praticaram as provas.”

Teixeira também pediu que o PT se mobilize e adote todas as providências cabíveis contra os acontecimentos de hoje. “Vamos recorrer a todos os órgãos de Estado e vamos mobilizar a sociedade brasileira. Acho que o PT tem que se insurgir contra essa violência. O PT não pode assistir a essa agressão passivamente”, frisou.

Perguntado se as declarações dadas por Delcídio do Amaral em delação premiada fizeram parte do depoimento, Teixeira disse acreditar que o propósito da ação da PF não era esse. “Creio que não faça parte destas declarações que ele prestou nesta manhã. Acho que pode ter sido uma ordem judicial, que fora concedida ontem e, portanto, não tinha na ordem judicial nenhum ingrediente relacionado a isso (Delcídio).

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