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Lula quer G20 “político” para discutir democracia e clima no mundo

Lula, em última entrevista antes de voltar ao Brasil, teceu críticas ao G7, que segundo ele, só convidava país para reuniões por “gratidão”

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1 de 1 Imagem colorida mostra Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista coletiva antes de retornar ao Brasil, que o mundo precisa de um grupo político-econômico para discutir questões de governança global, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, violência e taxa de juros. Segundo o mandatário, o referido grupo seria uma espécie de “G20 pela paz”.

O G20 é formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. O Brasil está entre os membros.

“A gente poderia nesse instante, estar convidando o G20 pra discutir a questão da inflação, taxa de juros, violência, que é grave em muitos países do mundo”, disse o presidente, durante coletiva em Abu Dhabi. Antes, o petista esteve na China, onde se encontrou com o presidente Xi Jinping e assinou acordos.

Lula ainda manifestou preocupação com os recentes ataques a escolas que vêm acontecendo no Brasil. “No Brasil, nós estamos tendo violência nas escolas e creches. Nós precisamos ver como vamos cuidar dessas plataformas digitais que não têm nenhuma responsabilidade com a fake news, transmissão de ódio e verdadeiras práticas terroristas através de uma rede digital, que de social tem muito pouco”, salientou.

“A minha inquietação é que a gente faça uma reunião de temas que estão na ordem do dia, que é fortalecer a democracia no mundo, fortalecer as instituições democráticas e acabar com a disseminação do ódio em todos os países, acabar com a fome e desigualdade”, acrescentou.

Críticas ao G7

Durante a fala, Lula ainda lembrou do G7 e teceu críticas ao grupo dos sete países mais industrializados do mundo. Segundo o chefe do Executivo brasileiro, à época de suas duas primeiras gestões, o Brasil ocupava o lugar da sexta maior economia do mundo. Mesmo assim, não era uma nação convidada por causa de tal ranking, mas apenas por “gratidão”.

“Eu não quero criar movimento separado do G7. O G7 não depende do Brasil para existir. Quando o Brasil era a sexta economia do mundo, ele não era convidado como a sexta economia do mundo. Era convidado como uma espécie de gratidão dos países que realizavam o G7”, pontuou.

Lula aponta que o G20, então, foi criado porque o G7 entendeu que não tinha o tamanho necessário para discutir a crise de 2008. “O G20 é uma coisa muito mais importante. Participa, além das 7, outras 13 maiores economias do mundo”, completou Lula.

Clima

Outro ponto mencionado por Lula foi a questão climática. Segundo o petista, alguns países fazem muito discurso em torno do meio ambiente, mas não têm ações efetivas. “Muitas nações ricas pensam que tudo se resolve propondo criação de fundos, mas para que as coisas se resolvam, tem que ter atitude. Estou defendendo uma governança maior entre os países”, salientou Lula.

“Eu respeito todos os países e todas as reuniões que cada um quiser fazer. Mas o Brasil tem pensamento próprio e quer voltar a ser um ator de muita influência, sobretudo no clima. Poucas nações no mundo têm a autoridade política e moral que o Brasil tem no clima e queremos discutir com muita profundidade”, finalizou.

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