Lula promete apoiar projeto que equipara salários de homens e mulheres
Texto foi enviado para sanção de Bolsonaro após aprovação do Senado, em 2021. Câmara, porém, pediu devolução do projeto para nova análise
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (16/1) que o governo irá apoiar o projeto de lei que garante salários iguais a homens e mulheres que ocuparem a mesma função em seus respectivos empregos.
Durante posse da nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros (leia mais abaixo), Lula afirmou que o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também fará parte da negociação. A secretaria, que tem status de ministério, é responsável pela articulação política do governo.
“Tem um projeto na Câmara ou no Senado que já passou, que é o cumprimento da Constituição, garantindo que a mulher e o homem recebam salário igual quando os dois exercerem a mesma função. Nós precisamos, Padilha, organizar e fazer com esse projeto seja votado no Senado ou na Câmara, não sei onde ele está parado, para que a gente comece a melhorar e a consertar tudo aquilo que não aconteceu no século 20, a gente fazer acontecer no século 21”, declarou Lula.
O projeto a que Lula se refere foi aprovado em 2011, pela Câmara dos Deputados, e em março de 2021, pelo Senado Federal. Após a aprovação, o texto foi encaminhado para o Palácio do Planalto, para ser analisado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), que poderia sancionar ou vetar o projeto.
Em abril de 2021, porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pediu a devolução do projeto à Câmara, uma vez que, segundo ele, o texto sofreu alteração ao tramitar pelo Senado e, por isso, deveria retornar para mais uma análise dos deputados antes de ir a sanção.
Nova presidente do Banco do Brasil
Ao tomar posse, a nova presidente do Banco do Brasil, Tarciana Paula Gomes Medeiros, afirmou que sua gestão será pautada na diversidade e na transparência. A nova chefe do BB é a primeira mulher a assumir o cargo na história da instituição financeira.
“Minha gestão será pautada pela transparência, diálogo aberto, franco e propositivo. Eu não sou apenas a representante do meu time, eu sou o espelho dele”, disse em seu discurso.
Tarciana assumirá a cadeira antes ocupada por Fausto de Andrade Ribeiro, cuja exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda.
“Reconhecemos que o tema da diversidade ainda precisa avançar bastante na estrutura da nossa organização. E isso será feito com base em muito diálogo, escuta ativa e entendimento da realidade de cada segmento do corpo organizacional”, afirmou a nova presidente.
“E nós não vamos ficar apenas no aspecto simbólico da minha nomeação. Faremos um diagnóstico preciso, adotaremos medidas concretas para diversificar ainda mais os times. O BB vai vivenciar a diversidade plena, na prática.”
Quem é Tarciana Medeiros
Tarciana Medeiros, de 44 anos, era gerente-executiva na área de Clientes e Soluções para Pessoas Físicas do Banco do Brasil desde 2019. Ela trabalha no banco há mais de 20 anos, desde 2000, e será a primeira mulher a ocupar o posto em 214 anos de história do BB.
A bancária é bacharel em administração de empresas e pós-graduada em administração, negócios e marketing e em liderança, inovação e gestão.
Tarciana assumiu o primeiro cargo de gestão no banco em 2002. Desde o ano passado, ela é executiva na Diretoria de Clientes PF e MPE e na Gerência Executiva de Ciclos de Relacionamento com Clientes, na qual é responsável pelo B-Commerce da instituição.
Durante uma década, exerceu diversas funções no banco, em agências e superintendências nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Ela foi responsável por desenvolver estratégias para distribuição de produtos ligados aos mercados de pessoas físicas e agronegócios.
Entre 2013 e 2018, Tarciana esteve à frente da Superintendência Comercial da BB Seguros. Em 2018, assumiu como executiva na Diretoria de Empréstimos e Financiamentos. Ela também atuou na implementação de ações de assistência aos clientes para prorrogação de operações de crédito durante a pandemia da Covid-19.