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Lula não tem interesse em ir para o regime semiaberto, diz advogado

O ex-presidente teria considerado humilhante deixar a prisão usando tornozeleira eletrônica. O petista só quer provar a própria inocência

atualizado

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julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT
1 de 1 julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O advogado Cristiano Zanin, representante do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, avisou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) não quer ir para o regime semiaberto. “Ele não está focado em abatimento de pena ou mudança de regime, embora tenha plena ciência de todos os seus direitos”, disse ao jornal.

Conforme Zanin relatou à publicação, o ex-presidente só quer deixar sua cela na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR), “com o reconhecimento de que não praticou qualquer crime e que sua condenação foi imposta em um processo injusto”. Lula foi sentenciado, no âmbito da Operação Lava-Jato, a oito anos, dez meses e 20 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um triplex no Guarujá (SP).

Preso desde 7 de abril de 2018 em uma cela especial, o político teria direito à progressão do regime a partir do próximo mês por completar um sexto de sua pena, conforme parecer da Procuradoria-Geral da República. Essa interpretação, contudo, está sujeita à avaliação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo assim, para receber o benefício, a defesa de Lula precisa formalizar o pedido junto à 12ª Vara Federal de Curitiba, o que ainda não aconteceu.

Irredutível

De acordo com a Folha, filiados do PT que o visitam corriqueiramente na prisão têm tentado convencê-lo a aceitar o regime aberto ou semiaberto, mesmo com a condição de uso da tornozeleira eletrônica. O argumento usado é que a oposição ao governo de Jair Bolsonaro precisa do reforço de uma figura como a de Lula e que a população tende a acreditar mais em sua inocência.

O ex-chefe do Executivo, no entanto, teria se mostrado irredutível, por considerar o uso da tornozeleira humilhante e danoso à sua figura política. “Essa é a posição dele que temos no momento, que é compatível com todas as provas de inocência que apresentamos e com as recentes revelações feitas pela imprensa sobre o comportamento do juiz [Sergio Moro] e dos procuradores no processo”, reforçou o advogado Cristiano Zanin ao jornal.

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