Lula não fala a Moro sobre presentes que ganhou durante a Presidência
A busca da Operação Aletheia encontrou moedas, espadas, adagas, canetas, condecorações e outros objetos de valor que estavam armazenados no banco desde 2011, sem custo
atualizado
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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou à Operação Lava Jato, por meio de sua defesa, que não reconhece a competência do juiz federal Sérgio Moro na investigação sobre as 23 caixas com presentes recebidos pelo petista no período que ocupou a Presidência da República e que foram apreendidas pela Polícia Federal na Operação Aletheia, 24ª fase da Lava Jato, em março deste ano. Lula disse que somente prestará esclarecimentos à Justiça Federal de Brasília.
“Necessário salientar que o peticionário (Lula) não reconhece a competência do Juízo da 13ª Vara Criminal de Curitiba para a condução do presente feito”, afirmam os advogados Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins, José Roberto Batochio e Juarez Cirino dos Santos. “Há que se pontuar que o presente procedimento versa sobre fatos que ocorreram em Brasília (isto é, suposto recebimento de bens quando no exercício do cargo de Presidente da República) e a busca e apreensão se deu em agência do Banco do Brasil localizada em São Paulo. Desse modo, não há motivos para que a presente investigação ocorra em Curitiba, uma vez, ainda, que todos os fatos apontados na investigação se dissociam territorial e materialmente de qualquer aspecto ou conteúdo da ‘Operação Lava Jato’.”
Antes disso, ele havia sido flagrado em um grampo com o advogado Sigmaringa Seixas fazendo críticas às investigações sobre os presentes e dizendo que iria mandar tudo para um prédio do Ministério Público Federal.
A petição da defesa afirmou a Moro que “já existe inquérito civil em trâmite na Procuradoria da República do Distrito Federal que apura exatamente os mesmos fatos aqui investigados, no bojo do qual, inclusive, o Instituto Lula já respondeu a ofício que requereu informações detalhadas sobre os bens integrantes do acervo privado”.
“Diante do exposto, o peticionário (Lula) não reconhece a competência deste juízo para processamento do feito em tela, razão pela qual somente prestará os devidos esclarecimentos à autoridade competente, qual seja, a Justiça Federal de Brasília”, anota defesa do petista.