Lula lamenta morte de papa Bento XVI: “Desejo conforto aos fiéis”
Nas redes sociais, presidente eleito lembrou encontro com o papa em 2007, quando Bento XVI visitou o Brasil pela primeira e única vez
atualizado
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte do papa emérito Bento XVI, que faleceu neste sábado (31/12), aos 95 anos. Em uma publicação nas redes sociais, o petista desejou conforto aos fiéis da Igreja Católica e admiradores de Joseph Aloisius Ratzinger.
Veja a publicação:
Recebi com tristeza a notícia da morte do papa emérito Bento XVI. Tivemos a oportunidade de conversar na sua vinda ao Brasil em 2007 e no Vaticano, sobre seu compromisso com a fé e ensinamentos cristãos. Desejo conforto aos fiéis e admiradores do Santo Padre.
📸: @ricardostuckert pic.twitter.com/A0vEPBltqv— Lula (@LulaOficial) December 31, 2022
Na postagem, Lula ainda lembrou o encontro com Ratzinger, em 2007, quando o papa esteve em São Paulo, no Brasil, para participar da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe. O ponto alto da vinda de Bento XVI ao país foi a canonização de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro santo brasileiro, no dia 11 de maio daquele ano.
Na ocasião, o Brasil, sendo um dos países com mais católicos no mundo, recebeu palavras de carinho de Bento XVI. “O Brasil ocupa um lugar muito especial no coração do papa, não somente porque nasceu cristão e possui hoje o mais alto número de católicos, mas sobretudo porque é uma nação rica de potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja”, disse.
A morte de Bento XVI
Mateo Bruni, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicou nota, na manhã deste sábado, confirmando a morte de Bento XVI. “Com pesar informo que o papa emérito Bento XVI faleceu hoje às 9h34, no Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. Assim que possível, serão enviadas novas informações”, diz o comunicado. A causa da morte ainda não foi informada.
Nascido Joseph Aloisius Ratzinger, o papa emérito renunciou ao cargo em 2013, algo que só havia sido visto há 600 anos. Desde a renúncia, ele vivia em um antigo convento dentro dos jardins do Vaticano, com o secretário dele, o arcebispo Georg Ganswein, auxiliares e uma equipe médica.
A vida
Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, em uma pequena vila chamada Marktl am Inn, na Baviera, Alemanha, às margens do rio Inn. Seus pais eram Joseph, um comissário de polícia, e Maria Peintner.
Ele entrou no seminário em 1939 e se tornou padre em 29 de junho de 1951. Na tarde de 19 de abril de 2005, Ratzinger foi escolhido como papa para suceder o futuro santo João Paulo II, que exerceu a função por 26 anos, 5 meses e 17 dias.
Depois de dois dias e quatro rodadas de conclave, às 17h56 (horário local), a chaminé da Capela Sistina exalou a fumaça branca: havia sido escolhido o 265º sucessor de Pedro. Então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Ratzinger pediu para ser chamado de Bento XVI. A explicação: ele queria se inspirar na coragem de Bento XV (1914-1922) durante a 1ª Guerra Mundial. E também em São Bento de Núrsia, copadroeiro da Europa, chamado de Patriarca do monarquismo ocidental.
A renúncia
O papa Bento XVI anunciou sua renúncia em 11 de fevereiro de 2013, e deixou o cargo em 28 de fevereiro do mesmo mês. Segundo o próprio papa, foi uma “escolha difícil”, mas feita “em plena consciência”. Diversas vezes ele falou que não se arrependia de ter tomado a decisão e sempre deixou claro que renunciavaem razão da idade.
“Alguns de meus amigos um tanto ‘fanáticos’ ainda estão irritados, eles não quiseram aceitar minha escolha. Acreditam nas teorias de conspiração: alguns disseram que foi por causa do escândalo Vatileaks, outros por causa de um complô da lobby gay, outros ainda por causa do caso do teólogo conservador Lefebvrian Richard Williamson. Eles não querem acreditar em uma escolha feita conscientemente. Mas minha consciência está limpa”, explicou Bento XV, em uma entrevista reveladora ao jornal Corriere della Sera.
Era a primeira vez que um papa renunciava em 600 anos.