Lula fala em triagem no Planalto: “Palácio repleto de bolsonaristas”
Lula ponderou que não quer fazer um palácio de petistas e que não vai questionar em quem cada funcionário votou nas eleições
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (12/1), que o processo de montagem de governo no Palácio do Planalto passa por triagem de bolsonaristas e militares. Ele, porém, não detalhou como isso será feito.
“Nós nem ainda terminamos de montar o governo, porque até agora foi indicada pouca gente. Nós estamos num momento de fazer uma triagem profunda, porque a verdade é que o Palácio [do Planalto] estava repleto de bolsonaristas e de militares”, afirmou Lula em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
E prosseguiu: “Queremos ver se a gente consegue corrigir para colocar funcionários de carreira, de preferência, funcionários civis que estavam aqui e foram afastados, transferidos de departamento, para que isso se transforme num gabinete civil”.
Quando chegou ao governo, em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro prometeu uma “despetização” do Executivo para, segundo aliados, governar “livre de amarras ideológicas”. À época, o PT havia deixado o Planalto há quase dois anos.
Nesta quinta, Lula ponderou que também não quer fazer um palácio de petistas e que não vai questionar em quem cada funcionário votou nas últimas eleições.
“É preciso que cada ministro saiba o seguinte: não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista-raiz aqui dentro. Eu também não quero fazer um processo de perseguição, porque o cara, um dia, foi lavajatista”, destacou Lula, afirmando que a imprensa teria sido ludibriada e enganada por “um procurador e um juiz”.
“Se o cara votou no Bolsonaro, é um direito dele votar. Se o cara é um funcionário de carreira e ele presta o serviço dele com retidão, por que ele não pode ficar? Eu não quero fazer um palácio de petistas. Eu quero fazer um palácio de pessoas sérias, que trabalhem, que tenham compromisso com o país, que tenha compromisso com o povo e que cumpra com as suas funções. Eu não vou chegar em cada repartição e perguntar: ‘Em quem você votou?’”, ressaltou o presidente.
Café da manhã
No café da manhã com jornalistas, estavam sentados à mesa principal o presidente Lula; a esposa, Rosângela da Silva, a Janja; e o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. O secretário de Imprensa, José Chrispiniano, estava ao lado de Janja.
Esse é o primeiro encontro formal do presidente com a imprensa desde a posse, em 1º de janeiro. O evento foi realizado dias após terroristas invadirem e depredarem as sedes dos Três Poderes, em Brasília.