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Lula está sereno e pode se encontrar com militância ainda nesta sexta, diz parlamentar

Ainda não há local definido para a reunião entre o ex-presidente e os militantes do partido

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Lula
1 de 1 Lula - Foto: Instituto Lula/Divulgação

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve seguir para a sede do PT em São Paulo ainda nesta sexta-feira (4/3). O ex-presidente deixou, por volta das 12h, o aeroporto de Congonhas, na zona sul, onde prestou depoimento à Polícia Federal na 24ª fase da Operação Lava Jato.

Segundo um dos parlamentares que esteve no aeroporto, Lula está sereno e deve promover um encontro com a militância nesta sexta-feira. O local do encontro ainda não está definido. A confirmação da agenda, de acordo com o parlamentar, depende apenas de um “ok” do ex-presidente.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) contou que, após prestar depoimento, Lula cumprimentou os deputados que estão em uma área reservada em Congonhas, mas, quando começaria a conversar de fato com eles, por volta das 11h50, foi chamado novamente pela PF para assinar o documento com suas declarações.

“Ele saiu sereno, tranquilo”, afirmou Silva. “Ele prestou todos os esclarecimentos e continuará à disposição. A ninguém, mais do que o próprio Lula, interessa esclarecer todas as dúvidas”, disse o parlamentar.

Segundo o parlamentar, a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que se encontra na pista não será utilizada por Lula. O avião transportou, de acordo com Orlando Silva, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, para um evento. Foram a Congonhas parlamentares do PT e do PCdoB, principal aliado do governo federal.

‘Conflito’
O secretário de relações governamentais da Prefeitura de São Paulo, José Américo, que integra a direção do Partido dos Trabalhadores (PT), acusou a “extrema direita” de estar propondo um conflito. “Existe na internet a extrema direita se manifestando e propondo o conflito. Mas não é do nosso feitio fazer isso”, afirmou.

Imprensa
O ex-deputado petista Devanir Ribeiro hostilizou a imprensa ao chegar no diretório nacional do PT, no centro de São Paulo, onde está ocorrendo uma reunião da direção executiva do PT. “Vocês só sabem fazer fofoca e não escrevem nada que presta”, disse. Antes disso, uma equipe da TV Globo foi hostilizada pelos manifestantes que estão reunidos no local.

A Frente Brasil Popular, que reúne CUT, UNE e MST, marcou uma reunião às 15h para discutir uma estratégia de ação e um ato político às 18h na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro.

‘Guerra’
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), criticou a atuação do que chamou de “braço da oposição” no Judiciário, no Ministério Público e na Polícia Federal. Ele considerou golpe a ação da manhã desta sexta-feira, 4, que teve Lula como alvo.

Guimarães disse que a resposta aos últimos acontecimentos será dada nas ruas. “Guerra é guerra. Vamos fazer a guerra nas ruas, a guerra democrática, não a violência que eles estão fazendo”, afirmou o líder do governo, que também é vice-presidente nacional do PT.

Para Guimarães, a ação desta manhã é “arbitrária e sinaliza uma ameaça à ordem democrática”. “É inaceitável meia dúzia de procuradores agirem ao arrepio da lei”, afirmou o líder do governo, que está no Ceará, seu Estado natal. “O que querem fazer é um golpe travestido de apuração de corrupção”, disse Guimarães.

“Delegados da PF fazem campanha aberta contra o PT, contra o governo. Isso não é possível. A Polícia Federal não pode ter lado. É republicana. Estão indo além do limite. Essas operações estão indo além do limite. Os que patrocinam estas operações estão indo além do limite”, declarou Guimarães.

O líder do PT adotou o mesmo discurso de seus correligionários e disse haver um “golpe” em curso. “A ordem democrática está ameaçada. Este espetáculo midiático tem um objetivo: criar as condições para o golpe de Estado”, afirmou. “O que querem fazer é um golpe travestido de apuração de corrupção”, reafirmou.

José Guimarães cobrou mobilização popular. “Essa ação tem que ser respondida à altura. Os democratas precisam se mobilizar. O que está em jogo é uma violência contra a ordem democrática”, afirmou.

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