Lula encontrará indígenas acampados no DF na próxima 6ª feira (28/4)
A 19ª edição do Acampamento Terra Livre ocorre na Praça Cidadania, em frente ao Teatro Nacional, em Brasília. São esperados 6 mil indígenas
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparecerá, na próxima sexta-feira (28/4), ao Acampamento Terra Livre (ATL), na Praça Cidadania, em frente ao Teatro Nacional Cláudio Santoro, onde centenas de indígenas de diversas etnias e estados estão instalados.
Devem participar da visita, ao lado do presidente, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja; a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; e a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana.
A 19ª edição do ATL teve início na última segunda-feira (24/4) e permanecerá na capital federal até sexta-feira. O tema do acampamento é: “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!”. O evento é considerado o maior encontro de etnias do Brasil e reúne indígenas de diferentes locais do país.
No acampamento, estão reunidos pelo menos 5 mil indígenas, conforme apurou o Metrópoles. A expectativa é de que chegue a 6 mil, já que o evento vai até sexta.
No primeiro dia de atividade do acampamento, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene para receber integrantes do evento, que, anualmente, é organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e outras entidades.
No início da campanha eleitoral, no ano passado, Lula também participou do evento. O petista, que residiu em São Paulo, chegou a Brasília em 11 de abril de 2022. Na visita, além de ir ao ATL, ele aproveitou para se reunir com políticos e aliados. Na ocasião, ele prometeu que, se eleito, criaria a pasta que já está em vigor.
“Eu criei o Ministério da Pesca, da Mulher. Por que não criar o Ministério da Questão Indígena?”, questionou Lula à época. Ele também afirmou que o chefe da pasta seria um indígena. “Não sei quem, mas se prepare que alguém terá de assumir o Ministério dos Indígenas, e não será um branco como eu. Será um índio, uma índia”, disse Lula na ocasião.
Promessa de demarcação
No mês passado, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, indicou que o chefe do Executivo assinaria portarias para a demarcação de 14 terras indígenas ainda em 2023. A fala da ministra ocorreu em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura. O ato, no entanto, ainda não ocorreu.
“Nós precisamos avançar e destravar a demarcação de terras indígenas. Estamos saindo de quatro anos em que a paralisação da demarcação foi uma política pública”, afirmou. De acordo com Guajajara, a pauta estava entre as prioridades dos primeiros dias de governo Lula.
Também em março, o presidente destacou que pretendia acelerar a demarcação de terras indígenas. A declaração foi dada durante a 52ª Assembleia Geral do Povos Indígenas, em Rondônia.
“Tenho pedido tanto para a Funai quanto para o ministério me apresentar todas as terras que estão prontas para serem demarcadas, porque a gente precisa demarcá-las logo, antes que as pessoas se apoderem delas”, explicou o presidente. Lula ainda anunciou, à época, que os estudos das terras estavam “quase prontos” .