Lula diz ser preciso atender classe média após 100 dias de governo
Presidente Lula disse que, decorridos os 100 primeiros dias de governo, será preciso olhar voltado à classe média, que “tem sofrido muito”
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta segunda-feira (20/3), que após os 100 primeiros dias de governo será preciso pensar em políticas voltadas à classe média. A fala foi proferida em cerimônia de relançamento do programa Mais Médicos, que visa suprir a carência de profissionais de saúde em regiões remotas do país (municípios do interior e periferias das grandes cidades).
Segundo Lula, os primeiros dias do governo se destinaram a resgatar políticas públicas que foram “desmontadas” nos últimos seis anos.
“Quando nós tivermos completado os 100 dias, nós já teremos recolocado na prateleira todas as políticas públicas que nós criamos e que deram certo para este país”, iniciou Lula em discurso, no Palácio do Planalto.
“A partir dos 100 dias, vai começar uma nova etapa na nossa administração. A partir dos 100 dias, nós vamos ter que começar a fazer coisas novas, nós temos que nos dirigir um pouco à classe média brasileira, porque no fundo, no fundo ela tem sofrido muito com os desgovernos deste país”, prosseguiu.
Na sequência, o mandatário defendeu a atuação de bancos públicos para promover investimentos.
“A gente vai ter falar muito e investir muito para gerar empregos. E para gerar empregos, é preciso a gente ter investimento. É preciso a gente ter crédito. E para ter crédito a gente vai precisar utilizar os bancos públicos para financiar o desenvolvimento deste país”.
Saúde e educação não cabem no teto de gastos
Na mesma fala, Lula defendeu que saúde e educação sejam vistos como investimento, e não gasto, e criticou limites ao orçamento das duas áreas.
“O Mais Médicos voltou, porque a saúde não pode ser refém de teto de gastos, juros altos ou cortes orçamentários em nome de um equilíbrio fiscal que não leva em conta o bem mais precioso que existe, que é a vida humana”, afirmou.
O petista disse ainda ser preciso mudar alguns conceitos e entender que alguns atrasos no país são decorrentes da visão de que determinadas medidas seriam um gasto.
“Você não pode tratar a educação como gasto, você não pode tratar a saúde como um gasto, porque não tem investimento maior do que salvar uma vida, do que um cidadão estar pronto para o trabalho. Ou seja, como é que você pode colocar uma coisa como a saúde dentro do teto de gastos? Qual é o preço que você paga de não cuidar das pessoas na hora certa?”, continuou.