Lula diz que voltar à Presidência não é mais “obsessão”
O ex-presidente disse ainda que não abre mão de interferir em todas as decisões políticas para as eleições de 2022
atualizado
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Em entrevista à revista eletrônica Conjur, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que voltar à Presidência da República não é mais “obsessão” sua. Embora não descarte a possibilidade de ser o nome do PT, caso consiga se livrar dos processos e condenações em segunda instância, Lula disse preferir que o espaço seja ocupado por políticos mais novos e citou o petista Fernando Haddad, derrotado por Bolsonaro em 2018.
“Posso até voltar, mas não é mais minha obsessão. Espero que tenha gente muito mais nova do que eu. Haddad fez uma campanha maravilhosa, é um cara muito preparado. Agora, quero chegar às eleições de 2022 com muita influência política. Disso, não abro mão.”, disse o ex-presidente.
Lula voltou a criticar os condutores da Lava Jato, principalmente ao procurador Deltan Dallagnol e ao ministro Sergio Moro, responsável por sua condenação no caso do apartamento triplex, no litoral de São Paulo, que o levou à prisão.
Ao falar sobre Dallagnol, Lula o comparou a um “chefe de quadrilha”. “Nunca participou de uma audiência. Eu tive 83 testemunhas e ele não foi a um depoimento. Esse efetivamente eu posso dizer: se tem alguém que pode ser chefe de quadrilha, é ele. Ele diz que eu era chefe de quadrilha, mas quem criou um fundo especial pra ele, com R$ 2,5 bilhões da Petrobras, quis pegar não sei quanto da Odebrecht, foi ele”, disse o ex-presidente.
“Pedestal”
Ele também disse que não se arrepende de suas indicações ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas disse que esse Poder precisa “descer do pedestal”. “Mas posso dizer que não me arrependo individualmente de ter indicado as pessoas porque indiquei todos pelo currículo. Obviamente, o currículo não mostra caráter, comportamento ideológico, nada. Tem pessoas que foram indicadas e depois deixaram de atender até as pessoas que tinham indicado e defendido. Mas eu não indiquei porque era meu amigo, mas porque o currículo permitia. E não me arrependo”.
“Hoje eu teria indicado gente diferente. Mas não posso dizer. Não se pode transformar a Suprema Corte num clube de amigos”, disse.