Lula diz que se arrepende de ter defendido o ex-terrorista Cesare Battisti
“Eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana. Fiquei decepcionado”, disse o ex-presidente
atualizado
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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que se arrependeu de ter defendido o ex-terrorista italiano Cesare Battisti. Foragido do Justiça, Battisti foi encontrado e preso em janeiro de 2019, condenado à prisão perpétua pela justiça italiana. As declarações do petista foram dadas durante um programa de debates.
No último dia de seu segundo mandato, em 2010, Lula chegou a conceder asilo ao italiano, que foi encontrado na Bolívia no ano passado. Após a prisão, Battisti chegou a confessar alguns crimes.
“Hoje, acho que, assim como eu, todo mundo da esquerda brasileira que defendeu Cesare Battisti aqui ficou frustrado, ficou decepcionado. Eu não teria nenhum problema de pedir desculpas à esquerda italiana”, disse Lula.
O ex-presidente alegou que seu então ministro da Justiça, Tarso Genro, assim como outros líderes da esquerda brasileira, estavam convencidos da inocência de Battisti, acrescentando que o italiano enganou “muita gente no Brasil”.
“Não sei se enganou muita gente na França, mas na verdade muita gente achava que ele era inocente. Nós cometemos esse erro, pediremos desculpas”, declarou Lula, que lamentou que o caso tenha “comprometido” suas boas relações com o governo italiano e “com toda a esquerda italiana e a esquerda europeia”.
Após a prisão do ex-terrorista, Lula foi alvo de críticas de um aliado histórico, o ex-presidente italiano Giorgio Napolitano, ícone da centro-esquerda e que conhece o petista desde os anos 1980.