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Lula diz que Bolsonaro é “anomalia política que não deveria existir”

O ex-presidente reclamou da destruição do Bolsa Família e disse que o atual mandatário busca apagar o governo do PT para impor sua marca

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Luiz Inácio Lula da Silva
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao falar sobre o fim do programa Bolsa Família, decretado pelo governo com a criação do programa Auxílio Brasil, classificou o presidente Jair Bolsonaro (PL) como “anomalia política” que “não deveria existir” no país. A entrevista foi dada ao podcast PodPah, nesta quinta-feira (2/12).

A conversa chegou a ter 284 mil ouvintes.

Para Lula, Bolsonaro tenta apagar os feitos de seu governo, mas acaba apagando o que chamou de “política de Estado premiada diversas vezes no mundo inteiro como melhor programa de transferência de renda”.

“O Bolsonaro é uma anomalia política no Brasil. Sabe porque ele é uma anomalia? Porque ele não deveria existir. O povo brasileiro, pela luta que teve, não era para ter uma figura tão grotesca. Ele é grosso”, disse Lula.

“Não falo isso com orgulho, porque sou um cara que só tenho meu diploma primário e meu diploma do Senai”, lamentou. Ele deve ter o diploma dele lá de capitão.”

O petista sustentou que Bolsonaro, com suas “declarações preconceituosas”, demonstra “não respeitar a sociedade”. Para Lula, o atual presidente gosta somente “de milico e miliciano”.

“Esse cara não sabe respeitar o ser humano, esse cara não gosta de negro, não gosta de LGBT, não gosta das mulheres, não gosta de sindicatos. Ele só gosta de milico e de miliciano”, disse Lula.

“Ele não gosta de livro, ele só gosta de arma”, apontou o ex-presidente, que será candidato do PT à Presidência da República. “O cara falou que tomar vacina contra a Covid pode dar Aids. Você tem um psicopata mentindo pro país o dia inteiro. Isso não é normal.”

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Ex-presidente Lula durante passagem pela União Europeia, em novembro
Ex-presidente Lula foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com honras de chefe de Estado, em 2021
Ex-presidente Lula
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Lula no Parlamento europeu

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Ex-presidente Lula durante passagem pela União Europeia, em novembro

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Ex-presidente Lula foi recebido pelo presidente da França, Emmanuel Macron, com honras de chefe de Estado, em 2021

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o ex-presidente Lula usou o Twitter para expressar solidariedade à “companheira” de partido

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“Cultura política”

“Há uma cultura política no Brasil. Normalmente uma pessoa que ganha uma eleição tenta esquecer tudo que o outro estava fazendo porque ele quer construir a sua marca”, avaliou. “As vezes as pessoas tentam acabar com a política de um para colocar a sua.”

“O Bolsa família não era um programa do Lula, era um programa do Estado brasileiro e foi eleito, por diversas vezes, o melhor programa de transferência de renda do mundo. A ONU cansou de indicar  o Bolsa Família como modelo de programa de transferência de renda para as pessoas”, enfatizou.

“Moda”

O ex-presidente disse falou ainda da importância de as pessoas acompanharem de perto os fatos políticos para tomarem decisões mais embasadas. Neste quesito, Lula também não poupou críticas ao bolsonarismo.

“Ser despolitizado virou moda no governo Bolsonaro”, disse Lula. “Quanto mais politizado você for, mais porreta você será. Eu tenho certeza. É a sua mensagem que vale”, disse o ex-presidente.

Na entrevista, Lula relembrou as diversas derrotas eleitorais e relatou um conselho que teria recebido do então presidente de Cuba, Fidel Castro, quando ficou em quarto lugar na disputa para o governo de São Paulo, em 1982 e pensou em desistir da política.

“Fui pra Cuba, conheci o Fidel, gente boa. (…) Falei: ‘Tô pensando em parar”, contou. O cubano, segundo Lula, o fez repensar.
“‘Lula, não existe na história da humanidade um operário metalúrgico que conseguiu um milhão de votos’. Aí eu pensei: ‘Eu sou bom'”, disse o ex-presidente.

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