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Lula diz que aborto “é direito da mulher” e questão de “saúde pública”

O ex-presidente afirmou que, “como pai de 5 filhos”, é contra a interrupção da gestação, mas, como chefe de Estado, precisa pensar em todos

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Luiz Inácio Lula da Silva
1 de 1 Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o aborto é “um direito da mulher” e uma questão de “saúde pública”. Apesar de confessar que, pessoalmente, é contra a interrupção da gravidez, o petista defendeu que todas as mulheres devem ter a chance de receber tratamento digno.

“Não tenho vergonha de dizer que eu, Lula, pai de 5 filhos, sou contra o aborto. Mas, enquanto chefe de Estado, tenho que tratar o assunto como saúde pública. Eu acho que o aborto é um direito da mulher. Não preciso ser favorável, mas tenho que cuidar para que todos sejam tratados dignamente pela saúde pública”, disse o ex-presidente.

Lula disse que é católico, mas que, como chefe de Estado, precisa levar em consideração todas as religiões. “Você não tem que ter preferência enquanto chefe de Estado. É como o aborto”, completou.

No Brasil, o aborto ainda é criminalizado e a mulher que realizar o procedimento em território nacional pode ser presa. A prática só é permitida por lei quando a gravidez é resultado de abuso sexual ou põe em risco a saúde da mulher. Além disso, em 2012, um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a interrupção de gestação nos casos em que o feto for diagnosticado com anencefalia, ou seja, quando tiver malformação craniana ou cerebral.

Em oposição a isso, outros países da América Latina obtêm avanços na luta pelos direitos da mulher. No México, o aborto foi descriminalizado e, na Argentina, o procedimento foi legalizado.

As declarações do ex-presidente foram dadas durante participação no podcast Mano a Mano, do rapper Mano Brown. O episódio foi divulgado nessa quinta-feira (9/9). Além de falar sobre o assunto, o petista também comparou Bolsonaro a ditadores.

Segundo Lula, o atual mandatário da República não deve ser considerado um político de direita, pois “está mais para Hitler e Mussolini”.

“O que tá acontecendo no Brasil não é uma disputa de direita e esquerda. É entre fascistas e democracia. Bolsonaro não é de direita. Ele tem que ser analisado mais pra Hitler e Mussolini do que pra um cara de direita. Porque ele não pensa. Ele não constrói um pensamento, ele constrói bobagem. Você não vê uma frase inteira dele dizendo alguma coisa que preste, é só bobagem. Não tem 3 minutos de argumento pra nada sério, Por isso que a vida dele é fake news”, declarou.

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