Lula diz não se arrepender de manter Battisti no Brasil
Em primeira entrevista concedida após prisão, ex-presidente disse não saber que o italiano tinha cometido quatro assassinatos
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em sua primeira entrevista na cadeia, que não se arrepende de ter autorizado a permanência do italiano Cesare Battisti no Brasil.
Recentemente, o ex-membro do grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) admitiu participação nos quatro assassinatos pelos quais foi condenado à prisão perpétua, após ter passado quatro décadas alegando inocência.
“Não me arrependi, porque não sabia. Eu recebi informações através do Ministério da Justiça, que conhecia o processo, que ele não tinha crimes. Aí o Tarso [Genro, então ministro da Justiça] tomou a decisão. Agora, se depois disso ele assumiu o que fez, eu lamento profundamente”, disse Lula aos jornais El País e Folha de S. Paulo.
Em seguida, no entanto, o ex-presidente lançou dúvidas sobre o modus operandi da Justiça italiana. “Também não sei as condições em que ele confessou… Uma porradinha aqui, outra ali, um choquinho aqui… Aí o cara termina falando coisa que não fez…”, acrescentou.
Questionado se acreditava que isso poderia acontecer na Itália, Lula respondeu: “Não sei, é uma suposição”. Battisti foi repatriado por seu país em janeiro e cumpre pena em um cárcere na Sardenha, mas tenta reverter a sentença para 30 anos de prisão.