Lula defende união do continente e Mercosul: “Separados somos frágeis”
Presidente Lula participou de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu, ao lado do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (16/3), em agenda em Foz do Iguaçu (PR), o fortalecimento do continente sul-americano e blocos como o Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de países associados e observadores.
Em discurso na cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, Lula disse ter voltado à Presidência da República com o objetivo de ampliar a integração regional.
“Volto com o compromisso de fortalecer o Mercosul, porque já está provado que, juntos, nós temos força para negociar. Separados nós somos muito frágeis e, por isso, é preciso estar juntos”, disse o petista se dirigindo ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, presente no evento.
Lula disse ainda ter vontade de reorganizar a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e defendeu a paz no subcontinente para garantir aos países da região a superação da pobreza. “Nós temos o direito de crescer”, sintetizou.
O mandatário brasileiro também defendeu a retomada do projeto da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), sediada em Foz do Iguaçu.
“Me parece um prédio abandonado. Me parece que depois que eu deixei a Presidência, pouca coisa foi feita na Unila. E eu sonhava que essa universidade deveria ter, nos dias de hoje, mais de 20 mil alunos. O meu compromisso com o povo brasileiro é que nós vamos reconstruir a Unila”, afirmou.
Após a cerimônia, Lula e Mario Abdo Benítez têm reunião bilateral, a segunda desde janeiro, quando o paraguaio prestigiou a posse do presidente em Brasília.
Posse na Itaipu
Enio Verri (PT-PR) foi indicado para o cargo ainda em janeiro, mas a aprovação pelo Conselho de Administração da ENBpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional) ocorreu apenas em março. Ele substitui o almirante Anatalicio Risden Junior, indicado por Bolsonaro em 2022.
Verri teve de renunciar à cadeira de deputado federal para assumir a diretoria da hidrelétrica. O mandato nele na Itaipu vai até 16 de maio de 2027.
Inaugurada em 1973, a usina hidrelétrica de Itaipu produz mais de 75 milhões de megawatts/hora de energia elétrica por ano. Fica localizada na fronteira do Brasil com o Paraguai. É considerada a maior produtora de energia elétrica do mundo e fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai.
Discurso social
Em seu discurso de posse, Enio Verri defendeu a “dimensão social” da energia e as tarifas sociais. Ele ainda reforçou os direitos dos indígenas.
“Como diretor-geral brasileiro de Itaipu, me comprometo com a política do governo do presidente Lula para resgatar a dignidade e os direitos inalienáveis dos povos originários para garantir todos os direitos das comunidades indígenas da área de influência da usina”, disse.
Ele ainda citou a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, que trabalhou 16 anos na empresa e estava presente na solenidade. “É um privilégio e uma enorme responsabilidade dirigir uma empresa de tantas histórias, histórias que a primeira-dama Janja conhece bem, pois dedicou 16 anos de trabalho contribuindo para as áreas de responsabilidade social”, lembrou, sendo aplaudido pela plateia.