Lula defende candidatura de Haddad em SP e pede compreensão a aliados
Ex-presidente disse esperar que PSB e PSol entendam posição. Os dois partidos têm nomes próprios para a disputa
atualizado
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) insistiu nesta quarta-feira (9/2) na candidatura de Fernando Haddad (PT) ao governo de São Paulo nas eleições deste ano.
O petista disse esperar compreensão do PSB e do PSol, partidos aliados que têm nomes próprios para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Enquanto o PSB coloca o nome do ex-governador Márcio França, o PSol levanta o nome de Guilherme Boulos.
“Eu trabalho com a ideia de que o Haddad vai ser o governador de São Paulo”, disse Lula em entrevista à Rádio Clube Recife. “O Haddad está muito maduro, muito consciente. Acho que haverá compreensão do PSB e de outros partidos políticos, do companheiro do PSol, e, em algum momento, vamos poder anunciar.”
Segundo Lula, o PT nunca esteve tão próximo de assumir o governo de São Paulo. “Nunca foi tão possível o Haddad ganhar o governo de São Paulo como agora. Acho que Haddad vai ganhar o governo de São Paulo se ele fizer as alianças que tiver que fazer, se conversar com as pessoas certas”.
PT e PSB negociam uma federação. Para que o aliado apoie Haddad, o PT já ofereceu a vice da chapa ao PSB, possivelmente ao ex-prefeito de Campinas Jonas Donizette, que é presidente do PSB paulista, e o Senado, com Márcio França.
Já com o PSol, os acordos envolvem apoio a uma candidatura a deputado federal em 2022 e o compromisso de apoio à Prefeitura de São Paulo em 2026. Em 2020, Boulos foi ao segundo turno contra Bruno Covas (PSDB).
Chapa Lula-Alckmin
Sobre as conversas com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, cotado para vice em sua chapa, Lula disse que aguarda a definição partidária.
Alckmin deixou o PSDB há mais de um mês e é cortejado por pelo menos três legendas: PSB, PSD e Solidariedade. As definições devem sair apenas em março.
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“Não posso escolher um partido pro Alckmin. A única coisa que estou fazendo é conversar com o Alckmin e ele tem que fazer uma opção partidária. Ele tem um tempo ainda que pode escolher, conversar, eu não sei se o companheiro do PSD [Gilberto Kassab] quer ele. Se quiser, acho que o Alckmin tem uma boa relação com o PSD”, avaliou.
Lula se reuniu na noite de segunda-feira (7/2), em São Paulo, com o presidente nacional do PSD, o ex-ministro Gilberto Kassab.
“Já conversei com o Alckmin e acho que nós temos possibilidade de estarmos junto”, avaliou. “As pessoas têm que entender que não é só o Alckmin que eu quero conversar. Quero conversar com todo mundo, as pessoas que gostam de mim e as que não gostam. As pessoas que votam em mim e as que não votam. Se a gente ganhar as eleições, vamos ter que conversar com todo mundo”