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Lula critica Carrefour por novo caso de racismo: “Não vamos admitir”

Em uma unidade da rede, uma professora foi vítima de racismo e tirou as roupas em forma de protesto. O caso repercutiu

atualizado

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Lula coloca a mão no pescoço após cirurgia na garganta. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fala com a imprensa após uma semana em Brasília. Lula ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Local: CCBB. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Lula coloca a mão no pescoço após cirurgia na garganta. Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fala com a imprensa após uma semana em Brasília. Lula ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Local: CCBB. Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, durante reunião ministerial desta segunda-feira (10/4), o novo episódio de racismo envolvendo a rede de supermercados Carrefour. Em uma unidade da empresa, no Paraná, uma professora foi alvo de ato racista e tirou as vestimentas em protesto.

“Ontem o Carrefour cometeu mais um crime. Um fiscal acompanhou uma moça negra, que ia fazer compras, achando que ela ia roubar. Ela teve que fazer compras de calcinha e sutiã para provar que não ia roubar. É a segunda vez que o Carrefour faz esse tipo de coisa”, lamentou Lula.

O presidente ainda mandou um recado à rede, dizendo que o crime não será admitido no Brasil.

“Queria dizer para a direção do Carrefour, que se eles quiserem fazer isso em seu país de origem, que façam, mas nesse país aqui, a gente não vai admitir o racismo e o que essa gente tenta impor ao Brasil”, disse.

O episódio a que Lula se refere aconteceu no domingo (9/4), no Atacadão Parolin, da rede Carrefour, em Curitiba. A professora Isabel Oliveira tirou as roupas para comprovar a seguranças que a perseguiam pela loja.

Em um vídeo publicado nas redes sociais da mulher, ela contou que tentou registrar um boletim de ocorrência pelo crime de racismo, mas ouviu dos policias que o fato dos seguranças terem andado no interior do comércio não confirgura crime.

“Fui tratada como se eu fosse um marginal, fui sendo seguida por um segurança por mais de meia hora dentro do Atacadão. Isso não pode ser normal, eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco. Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça”, disse.

O Metrópoles entrou em contato com o grupo Carrefour sobre o pertencimento do supermercado à rede, que confirmou que a loja em que o episódio ocorreu é da empresa. O espaço segue aberto para evetuais manifestações.

Relembre outros casos

Na noite de 19 de novembro de 2020, um homem negro foi assassinado em uma unidade da rede de hipermercados Carrefour, na zona norte de Porto Alegre (RS). Identificada como João Alberto Silveira Freitas, a vítima tinha 40 anos e foi espancada por seguranças do local após uma suposta discussão com funcionários da empresa.

Essa, no entanto, não é a primeira vez que o Carrefour protagoniza casos de morte, racismo e agressão em suas dependências. O hipermercado já foi acusado de esconder o corpo de um funcionário que morreu no local, culpado pela morte de um cachorro e pela agressão de clientes. Relembre os casos:

Corpo coberto com guarda-sóis

Em agosto do mesmo ano, Moisés Santos, funcionário da rede em Recife (PE), sofreu um infarto enquanto trabalhava na loja.

Para garantir que o hipermercado continuasse a atender os clientes que circulavam pelo espaço, funcionários cobriram o corpo de Moisés com tapumes e guarda-sóis. O corpo ficou no local entre 8h e 12h, até ser retirado por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML).

A situação gerou revolta nas redes sociais. À época, o Carrefour lamentou a morte de Moisés. Em nota, disse que foi “um triste acontecimento para todos os colaboradores”. O hipermercado também afirmou que todos os protocolos de funcionamento da rede foram revisitados.

“O inesperado falecimento do Sr. Moisés Santos, vítima de um infarto, foi um triste acontecimento para todos colaboradores. O Carrefour sente muito e informa que, por conta do ocorrido, revisitou seus protocolos, implementando a obrigatoriedade de fechamento das lojas para fatalidades como essa”, diz trecho.

Morte de cachorro

Em novembro de 2019, um cachorro foi agredido por um segurança do Carrefour em Osasco (SP). Câmeras de segurança mostram o momento em que o homem leva o cachorro para os fundos da loja. Ele usa uma barra de ferro para bater no cão.

Segundo testemunhas, o cachorro — apelidado carinhosamente de Manchinha — circulava pelo estacionamento da loja há semanas e foi acolhido por funcionários e clientes do hipermercado. Depois da agressão, ele chegou a ser socorrido por veterinários, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

O caso revoltou internautas, famosos e ativistas pelos direitos dos animais. O supermercado teve que firmar um termo de compromisso com o Ministério Público de São Paulo e a prefeitura da cidade, e foi obrigado a pagar R$ 1 milhão a um fundo criado pelo município.

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