Lula comanda terceira reunião ministerial no Palácio do Planalto
Reunião entre Lula e ministros deve durar toda a manhã. Objetivo é fazer balanço dos 6 meses de governo e traçar estratégias para 2023
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu pela terceira vez os 37 ministros para fazer um balanço dos primeiros seis meses de governo. O encontro ocorre no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (15/6).
No discurso de abertura do evento, o petista listou quais temas serão priorizados: o novo PAC, programas Luz para Todos e Água para Todos, construção de escolas e marco fiscal. “Que a gente possa sair daqui com a certeza de tudo aquilo que vamos fazer até 31 de dezembro de 2026”, disse Lula.
O mandatário disse também que os ministros estão proibidos de apresentar novos projetos, enquanto os atuais não forem todos concretizados. “Daqui pra frente, a gente vai ser proibido de ter novas ideias. A gente vai ter que cumprir aquilo que a gente já teve capacidade de propor até agora. A única coisa que pode mudar é a criação de escolas, porque cada vez que uma pessoa pede uma escola, eu vou dizer que vamos fazer”, brincou o presidente.
O chefe do Executivo também aproveitou a ocasião para dar um puxão de orelha nos ministros pelas falhas recentes de comunicação.
Lula cobrou que os ministros tenham “profissionalismo” e o “mínimo de educação” para divulgar as iniciativas do governo e elaborar ações coletivamente. O petista ainda fez um afago ao ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, responsável por divulgar os programas da gestão federal.
“Vai ter uma discussão sobre a relação dos ministros com a Secom. A gente pode fazer divulgação das coisas que a gente faz com muito mais profissionalismo, se a gente tiver o mínimo de educação para fazer as coisas coletivamente. É para isso que colocamos o deputado Paulo Pimenta, aquela figura alegre, sorridente, simpática, gaúcho dos pampas de Santa Maria, para coordenar a nossa comunicação”, brincou Lula.
Veja o discurso de Lula na abertura da reunião:
Os ministros Luiz Marinho, do Trabalho e Previdência e Marina Silva, do Meio Ambiente, estão ausentes. Veja os presentes:
• Geraldo Alckmin, Vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
• Flávio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública
• Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores
•Margareth Menezes, Ministra da Cultura
Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orcamento
• Carlos Fávaro, Ministro da Agricultura e Pecuária
• Francisco Macena, Ministro, substituto, do Trabalho e Emprego
• Luciana Santos, Ministra de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação
• Ana Moser, Ministra do Esporte
• Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome
• Juscelino Filho, Ministro das Comunicações
• Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar
• Cida Gonçalves, Ministra das Mulheres
• Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas
• Sílvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania
• Marco Antonio Amaro, Ministro Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
• Paulo Pimenta, Ministro Chefe da Secretaria de Comunicação Social
• Vinícius Marques Carvalho, Ministro da Controladoria-Geral da União
• Senador Jaques Wagner, Líder do Governo no Senado Federal
• Maria Rita Serrano, Presidenta da Caixa
• Jean Paul Prates, Presidente da Petrobras
• Rui Costa, Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República
• José Múcio Monteiro, Ministro da Defesa
• Nísia Trindade, Ministra da Saúde
• Esther Dweck, Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos
• Márcio França, Ministro de Portos e Aeroportos
• Camilo Santana, Ministro da Educação
• Carlos Lupi, Ministro da Previdência Social
• João Capobianco, secretário-executivo do Meio Ambiente e Mudança do Clima
•Daniela Carneiro, Ministra do Turismo
•Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia
• Waldez Góes, Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional
• Jader Filho, Ministro das Cidades
• Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial
• André de Paula, Ministro da Pesca e Aquicultura
• Márcio Macedo, Ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
• Alexandre Padilha, Ministro Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República
• Jorge Messias, Advogado-Geral da União
• Senador Randolfe Rodrigues, Líder do Governo no Congresso Nacional
• Deputado Federal José Guimarães, Líder do Governo na Câmara dos Deputados
• Paulo Câmara, Presidente do Banco do Nordeste do Brasil
• Felipe Prince, Vice-Presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do Banco do Brasil
• Aloísio Mercadante, presidente do BNDES
O chefe do Executivo federal deve cobrar pressa dos ministros para apresentar iniciativas e programas que aumentem a popularidade da gestão. Na terça-feira (13/6), durante primeira live “Conversa com o Presidente”, Lula falou sobre a intenção do encontro.
“Eu tenho pressa. E essa pressa eu costumo passar para os meus ministros”, disse Lula, na ocasião. “E, quinta-feira, vou ter uma reunião com os ministros para cobrar pressa. Não há tempo a perder. Não há tempo para conversa-fiada. Ou seja, nós temos de levantar de manhã trabalhando, parar de trabalhar o mais tarde possível da noite e, no dia seguinte, levantar cedo outra vez”, discursou Lula.
Despedida para uma ministra
A reunião ministerial desta quinta deverá marcar também uma espécie de despedida para a chefe da pasta do Turismo, Daniela Carneiro. Lula deverá assinar nos próximos dias a dispensa dela, mas os responsáveis pela saída são os colegas de União Brasil, que estão colocando o governo na parede para forçar a nomeação do deputado federal Celso Sabino (União-PA) para o lugar de Daniela.
O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, abriu o jogo nesta semana sobre a pressão da bancada do União na Câmara para trocar não apenas Daniela, mas os outros dois ministros que o partido indicou no início do governo: Juscelino Filho, das Comunicações, e Waldez Góes, da Integração Nacional. Eles deverão seguir na berlinda por mais algum tempo, mas Daniela deve abrir a “minirreforma” ministerial na próxima semana.
A troca é uma tentativa do governo de destravar o principal nó: a falta de uma base consolidada no Congresso, em especial na Câmara, que tem levado a grandes dificuldades para a aprovação da agenda governamental.