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Lula chega e Porto Alegre para: medo de depredações faz lojas fecharem

Lula disse ter ido à capital gaúcha mais preocupado com o país do que com resultado do julgamento no TRF-4. Comércio baixou portas mais cedo

atualizado

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Lula discursa POA
1 de 1 Lula discursa POA - Foto: MICHAEL MELO/METRÓPOLES

Enviado especial a Porto Alegre (RS) – Os manifestantes pró-Lula saíram em marcha do acampamento Anfiteatro Pôr do Sol, rumo à Esquina Democrática, tradicional ponto de mobilizações populares no centro da capital gaúcha, no fim da tarde desta terça-feira (23/1). Ali, o ex-presidente fez pronunciamento sobre o processo que enfrentará nesta quarta (22), quando a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) analisa se mantém, extingue ou aumenta a pena de 9 anos e 6 meses de prisão imposta ao político pelo juiz federal Sérgio Moro.

Embora tenha chegado ao local do ato por volta das 18h17, Lula começou a discursar – a um público estimado em 60 mil pessoas pelos organizadores – em torno das 19h45 e só terminou às 20h18. “Hoje estou aqui para dizer que não estou aqui preocupado comigo, mas com o que está acontecendo em nosso país: eles estão desmontando tudo o que fizemos”, disse, atacando a gestão Michel Temer e a direita em geral.

“Eles sabem que, se tem alguém que sabe cuidar do Brasil e do povo, somos nós. Erramos, mas, em muito e muito tempo, esse país não vivia a harmonia, a alegria, a crença que vimos em nosso governo”, destacou, relacionando essa afirmação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e ao seu próprio julgamento. Segundo Lula, houve um momento quando o PT se encolheu, devido às críticas resultantes das ações contra seus dois ex-presidentes e às investigações de corrupção que tiveram petistas como alvo, “mas esse tempo passou”, afirmou.

“Eu não sei se é medo que eles têm de o Lula voltar, mas, se for medo, é bom. Porque eles não se conformam em ver a filha da diarista estudando medicina… A direita não tem candidato”, ressaltou o ex-presidente, que descartou ter cometido qualquer crime. “Qualquer que seja o resultado, continuarei lutando. Quando vocês quiserem desanimar, têm de lembrar de mim. Tenho 72 anos, mas energia de 30 e tesão de 20 para lutar e conquistar o melhor para o povo brasileiro”, encerrou, despedindo-se da militância e desejando boa sorte nas ações previstas para esta quarta. Logo após o discurso, o político foi para o aeroporto: ele volta, ainda nesta terça, para São Paulo, onde acompanhará a sessão do TRF-4 que decidirá seu futuro.

Veja imagens do ex-presidente na capital gaúcha: 

7 imagens
Ato desta tarde foi aberto pelo cantor Chico César
Presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann fala aos militantes
Desde as primeiras horas da manhã, Dilma Rousseff enfrentou maratona de atividades de mobilização na capital gaúcha. Ela também discursou no ato da Esquina Democrática
Ex-presidente sobe ao carro de som na Esquina Democrática: 60 mil o esperavam, de acordo com organizadores
Assim que terminou o discurso, o ex-presidente foi para o aeroporto: retornou, ainda na noite de terça (23), a São Paulo, onde esperou o veredito do TRF-4
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O ex-presidente desembarcou em Porto Alegre pouco antes das 17h e foi recebido por parlamentares e integrantes do diretório do RS e nacional do PT

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Ato desta tarde foi aberto pelo cantor Chico César

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Presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann fala aos militantes

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Desde as primeiras horas da manhã, Dilma Rousseff enfrentou maratona de atividades de mobilização na capital gaúcha. Ela também discursou no ato da Esquina Democrática

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Ex-presidente sobe ao carro de som na Esquina Democrática: 60 mil o esperavam, de acordo com organizadores

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Assim que terminou o discurso, o ex-presidente foi para o aeroporto: retornou, ainda na noite de terça (23), a São Paulo, onde esperou o veredito do TRF-4

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Após ouvirem as palavras do ex-presidente Lula, manifestantes retornaram, em marcha, para acampamento em Porto Alegre

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O ato foi aberto pelo cantor Chico César. A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, o ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff Alexandre Padilha e a própria ex-presidente da República discursaram antes de Luiz Inácio Lula da Silva.

“O país está sendo estraçalhado. O ato do golpe é impedir que Lula se candidate. Enquanto aqueles que andam com mala pra cima e pra baixo estão livres, ele [Lula] está sendo acusado de algo que não fez”, apontou Dilma. “Eles [direita] não têm candidato à Presidência da República e, por isso, têm medo do Lula. Não importa que seja com uma injustiça, mas querem retirá-lo do páreo”, destacou.

Incidentes
Enquanto Dilma Rousseff discursava, uma senhora passou mal, e a ex-presidente da República, do alto do carro de som, orientou o atendimento à militante: “Tragam a companheira pra cá, ajudem aí. Deem uma força pra ela”, pediu.

Bem diferente do incidente registrado na chegada de Lula ao local da manifestação. O veículo quase atropelou uma mãe com uma criança e o repórter fotográfico do Metrópoles, Michael Melo, enviado especial a Porto Alegre. “Tive que pegar a criança e passar ela para um segurança do outro lado da grade, ou seríamos esmagados”, contou o fotojornalista.

Medo de tumulto
Mais cedo, durante a marcha da militância entre o acampamento montado na capital gaúcha e o local do ato com o ex-presidente, o comércio da cidade fechou as portas. Lojistas temiam que houvesse quebra-quebra. Vários estabelecimentos encerraram as atividades antes das 17h (o horário normal é 19h).

Gerente de uma loja de enxovais de bebê, Romancir Alves da Costa, 47 anos, temia que o estabelecimento fosse alvo de depredação caso os manifestantes pró-Lula cruzassem com eleitores contrários ao petista. “Já vimos eles quebrando tudo em outros estados. Melhor perder um pouco de dinheiro e fechar mais cedo do que correr o risco de um prejuízo material muito grande”, afirmou.

Os comerciantes resolveram finalizar o dia de trabalho em suas lojas, desesperados com a aproximação da chamada “onda vermelha”. As agências bancárias protegeram suas portas com grades e tapumes de madeira, também temendo depredações. Os próprios policiais da Brigada Militar orientavam os lojistas que ainda mantinham comércios abertos a fechar as portas imediatamente, por motivo de segurança, durante a caminhada petista.

Confira imagens da marcha e da reação do comércio porto-alegrense à aproximação dos apoiadores do ex-presidente: 

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Força Nacional teve a missão de proteger prédios federais
Reforço no policiamento da capital
Militantes em marcha para ver Lula antes do julgamento
Tropa da Força Nacional: reforço de segurança
Militância em mobilização no centro
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Petistas tomaram o centro de Porto Alegre durante deslocamento entre acampamento e local do ato com Dilma e Lula

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Força Nacional teve a missão de proteger prédios federais

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Reforço no policiamento da capital

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Militantes em marcha para ver Lula antes do julgamento

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Tropa da Força Nacional: reforço de segurança

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Militância em mobilização no centro

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Os bancos também fecharam mais cedo

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Agências colocaram grades e tapumes para evitar depredações

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Entre os milhares de manifestantes brasileiros presentes na Avenida 7 de Setembro, onde Lula discursou, também havia estrangeiros. O servidor público Leonel Molinelli, 47 anos, veio de Montevidéu, no Uruguai, para se solidarizar com o ex-presidente brasileiro. Para ele, repúblicas democráticas não podem alijar um candidato antes do pleito, e defendeu que Lula seja julgado nas urnas. “Vim porque me solidarizo com o povo brasileiro e sua história”, resumiu.

Além dos bloqueios terrestres no centro da cidade, o espaço aéreo sobre o local da manifestação pró-Lula permaneceu fechado. Há, ainda, embarcações de prontidão no rio Guaíba, pois em suas imediações está localizada a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), onde será julgado o recurso de Lula contra a condenação em primeira instância.

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