Lula chega ao CCBB para tratar da PEC e articular nomes de ministros
É a segunda vez que Lula despacha do local desde as eleições. Expectativa é que PEC da Transição seja enviada ao Congresso nesta semana
atualizado
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição de governo, no fim da manhã desta segunda-feira (28/11). É a segunda vez que o petista despacha do local desde as eleições. A primeira vez foi em 10 de novembro, quando Lula reuniu parlamentares da base aliada.
A agenda de Lula para esta segunda prevê apenas uma reunião, às 11h30, com Geraldo Alckmin (PSB), vice eleito e coordenador do grupo de transição.
O petista acompanha o jogo do Brasil contra a Suíça, pela segunda rodada da Copa do Mundo, também no CCBB.
O presidente eleito era esperado em Brasília desde a semana passada, para trabalhar nas discussões e articulações sobre a PEC da Transição como também para anunciar nomes de ministros que atuarão em seu governo.
A viagem teve de ser adiada, no entanto, porque o petista passou por um procedimento cirúrgico nas cordas vocais e foi orientado a descansar para se recuperar.
PEC da Transição
A PEC da Transição está travada “por falta de articulação no Senado”, como ressaltou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT e coordenadora política da transição. Na semana passada, Gleisi admitiu que a equipe de transição de governo não calculou bem a dificuldade para aprovar uma PEC a fim de garantir verbas aos programas sociais a partir de 2023.
Essa articulação com o Congresso será um dos papéis de Lula. Em conversa com jornalistas, Gleisi Hoffmann afirmou, na última sexta (25/11), que Lula deve ficar em Brasília ao longo da semana para se reunir com partidos e bancadas.
“Ele quer conversar novamente com o presidente da Câmara [Arthur Lira] e o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco]. Ele deve passar em Brasília de segunda a sexta para fazer essas conversas, para a gente também encaminhar a PEC”, disse a presidente do PT.
O objetivo principal dessa PEC é garantir recursos para a manutenção do Auxílio Brasil, que voltará a se chamar Bolsa Família, no valor de R$ 600 para as famílias beneficiárias.
Pela proposta orçamentária enviada pelo governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), o valor volta ao patamar dos R$ 400. Os parlamentares, mesmo os da oposição, têm consenso sobre a necessidade de se aprovar esse valor, mas a maioria do Congresso não quer dar espaço fiscal por quatro anos para o próximo governo gastar, como quer o PT.
Ministros
A discussão sobre os ministros do governo Lula também será retomada com a chegada do presidente. O mercado financeiro ficou fortemente abalado com a participação de Fernando Haddad num almoço com banqueiros na sexta-feira (24/11), em São Paulo, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Haddad é cotado para assumir o Ministério da Fazenda, mas o discurso dele durante o evento não agradou o mercado. A Bolsa caiu e o dólar subiu após a participação. As articulações de Lula nesta semana que segue devem dar mais certezas e conforto sobre os futuros nomes de seu governo.
O ex-candidato ao governo de São Paulo acompanha Lula nas agendas desta segunda, assim como a futura primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja.