Lula após ataque a creche: “Um dos piores dias da minha vida”
Presidente Lula comentou nesta quinta-feira (6/4) o ataque a uma creche em Blumenau (SC), que vitimou quatro crianças
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quinta-feira (6/4), uma medida de cunho nacional ante aos ataques em centros escolares, como o que aconteceu na quarta-feira (5/4) em uma creche em Blumenau, em Santa Catarina.
Munido de uma machadinha, um homem de 25 anos matou quatro crianças e deixou outras quatro feridas.
“Ontem eu passei um dos piores dias da minha vida. O que aconteceu em Blumenau não é humanamente explicável. Só pode ter sido coisa de alguém de um planeta diferente, que não pode ser humano. Não pode ser de alguém que tenha sentimento, o mínimo de sensibilidade. Não faz parte do humanismo que eu aprendi a conhecer e praticar”, disse Lula em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
“Nós precisamos tomar uma medida nacional, não tem muito o que fazer. Vamos tentar em nível nacional se a gente consegue ajudar que a polícia municipal, a guarda municipal e a polícia estadual possam ao menos, de forma preventiva, evitar essa loucura”, prosseguiu o mandatário.
Ele ainda citou outros sinais de violência em escolas, além de ameaças e denúncias por parte da comunidade escolar.
“Nós precisamos encontrar um jeito de resolver isso, mudando certamente a cabeça da humanidade. Eu acho que não é uma tarefa para um governo, não é tarefa para o homem. É tarefa para a humanidade resolver porque não é só no Brasil, é no mundo inteiro. Está acontecendo porque o mundo está tomado por um clima de ódio que nós não conhecíamos”, continuou.
Ações do governo
Ainda na quarta, Lula determinou a criação de um grupo de trabalho para discutir estratégias de promoção da cultura da paz e de não violência nas escolas.
Os ministros envolvidos na temática se reuniram na manhã desta quinta, na sede do Ministério da Educação, para indicações das equipes ministeriais, definição de reuniões e fechamento de um calendário.
Comandado pelo ministro Camilo Santana, da Educação, o encontro durou cerca de duas horas.
Além de Santana, estiveram presentes os ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida; dos Esportes, Ana Moser; e da Saúde, Nísia Trindade. Também participaram o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Paulo Cappeli; o secretário de formação do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos; e o secretário nacional da Juventude, Ronald Sorriso.
Em outra frente, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que, na próxima semana, será lançado um edital para liberar R$ 150 milhões aos estados com o objetivo de reforçar o patrulhamento em escolas e creches.
O crime
Luiz Henrique de Lima, 25 anos, invadiu uma creche em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC), na manhã desta quarta-feira (5/4), e matou ao menos quatro crianças. O suspeito atacou as vítimas com uma arma branca – testemunhas falam em uma machadinha – e depois foi preso pela Polícia Militar do estado.
Quatro crianças feridas foram atendidas no Hospital Santo Antônio. Entre elas, estão duas meninas de 5 anos, um menino de 3 anos e um de 5. De acordo com a assessoria de comunicação do hospital, as crianças já receberam atendimento no centro de urgência emergencial..
Segundo a imprensa local, ele foi preso com a ajuda de testemunhas que viram o homem descendo de uma moto e pulando o muro da creche. O ataque ocorreu no Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, localizado na Rua dos Caçadores, bairro Velha.
De acordo com o portal NSC Total, parceiro do Metrópoles, a ocorrência mobiliza Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Samu, agentes de trânsito e até mesmo ambulâncias particulares. Pais se aglomeram no entorno da unidade de educação. O site também diz que o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, colocará a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) para ajudar na ocorrência.
Nas redes sociais, circulam vídeos de pessoas desesperadas com o incidente. Em um dos vídeos, uma mulher mostra o local do crime com diversos pais e responsáveis a procura de informações dos filhos. “Olha isso, gente. Que tristeza, pelo amor de Deus”, desabafou.