Lula reajusta bolsas do CNPq e da Capes: “Educação é o melhor investimento”
O presidente Lula faz o anúncio ao lado dos ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia)
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anuncia, na tarde desta quinta-feira (16/2), no Palácio do Planalto, o reajuste nas bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Congeladas há 10 anos, as bolsas de estudo de graduação, pós-graduação, de iniciação científica e de Bolsa Permanência serão reajustadas entre 25% e 200%. As correções foram uma promessa de campanha do petista e já começam a valer em março.
Além de Lula, participam da cerimônia os ministros de Educação, Camilo Santana, e de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos. Também prestigiaram o anúncio diversos reitores de universidades federais e instituições que representam estudantes.
Acompanhe o anúncio:
Em sua fala, o presidente Lula parabenizou o empenho dos estudantes e a persistência do Ministério da Educação para concretizar o aumento das bolsas de estudos. Lula ainda acrescentou que o melhor investimento para o país, é a educação.
“As pessoas tem que saber que investimento em educação é o melhor e mais barato investimento. Esse pais quer ser exportador de conhecimento, tecnologia, inteligencia e não apenas de minério de ferro, soja ou milho. É preciso pesquisar, mesmo que traga um resultado negativo”, disse Lula.
Ao discursar, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que “apesar dos ataques à educação” nos últimos quatro anos, “a ciência resistiu”.
“Queremos que os estudantes brasileiros vislumbrem o campo de pesquisa como modalidade de trabalho e vida. Após 4 anos da negação da ciência, o Brasil vive um momento excepcional. Promoveram um apagão e colocaram a ciência à beira do precipício. A ciência brasileira resistiu”, disse.
Atualmente, os CNPq e o Capes pagam bolsas de iniciação científica para alunos de graduação (R$ 400), mestrado (R$ 1,5 mil), doutorado (R$ 2,2 mil) e pós-doutorado (R$ 4,1 mil).
Com o anúncio, as bolsas passam a ter os seguintes valores:
- bolsa de iniciação científica: R$ 400 para R$ 1 mil
- mestrado: R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil
- doutorado: R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil
- pós-doutorado: R$ 4,1 mil para R$ 5,2 mil
“Os reajustes das bolsas implicam aporte de R$ 2,38 bilhões em recursos do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Investimentos que vão suprir instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, disse em comunicado a Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
O ministro da Educação, Camilo Santana, destacou a importância da medida para o país. De acordo com ele, o investimento em pesquisa permite o país pensar no futuro. “Permite descobrir soluções para os problemas de saúde, para o ambiental, para os biomas, para os problemas reais da população no dia a dia”, disse.
Ele salientou que os pesquisadores participam diretamente deste processo e que voltam a ser valorizados. “Esse momento é simbólico do retorno da autoestima dos nossos pesquisadores e, além de tudo, é o retorno da esperança”, acrescentou.
Bolsa Permanência
A Bolsa Permanência, por sua vez, terá o primeiro reajuste desde que foi criada, em 2013. O auxílio financeiro é voltado a estudantes quilombolas, indígenas e em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições federais de ensino superior.
O objetivo é contribuir para a permanência e diplomação dos beneficiários. Os percentuais de aumento vão variar de 55% a 75%. Atualmente, os valores vão de R$ 400 a R$ 900.
A quantidade de bolsas oferecidas também será ampliada. No caso do mestrado, por exemplo, em 2015 havia 58,6 mil bolsas, número que caiu para 48,7 mil em 2022, redução de quase 17%. Agora, a estimativa é de que sejam ofertadas 53,6 mil.