Lula admite divergências, mas não “vê problema” em chapa com Alckmin
Para ex-presidente, a aliança precisa focar não só em ganhar eleições, mas fazer reformas importantes, como a tributária
atualizado
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Em entrevista nesta quarta-feira (19/1), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu haver divergências com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que recentemente deixou o PSDB, mas disse “não ter nenhum problema” em formar uma chapa com o ex-tucano para a eleição presidencial deste ano.
O petista apontou que uma eventual aliança teria o objetivo não só de ganhar as eleições, mas também, garantir a governabilidade e a aprovação de reformas, entre elas a tributária.
“Não sou candidato para ser protagonista, sou candidato para ganhar as eleições, e num momento em que o Brasil está infinitamente pior do que em 2003, quando tomei posse. Ganhar as eleições é mais fácil que governar, e governar significa que você tem que adquirir uma possibilidade muito grande de conversar com as pessoas. Por isso precisamos fazer alianças”, declarou.
“Temos divergências? Temos. Por isso pertencemos a partidos diferentes. Temos visões de mundo diferentes, mas isso não impede que se construa a possibilidade das divergências serem colocadas em um canto e você colocar as convergências em um outro canto para poder governar. Não terei nenhum problema se tiver que fazer uma chapa com o Alckmin para ganhar as eleições e poder governar esse país”, disse o ex-presidente, em entrevista que concedeu a blogs e veículos de esquerda.
“Eu não estou procurando aliança ideológica. Não estou procurando aliança apenas para ganhar as eleições. Eu estou procurando construir um conjunto de alianças com forças politicas para me ajudarem a fazer a transformação que precisamos fazer no Brasil, inclusive se a gente quiser aprovar uma reforma tributária”, disse Lula.
Lula disse que ainda não vem falando sobre o assunto com Alckmin porque o tucano ainda não decidiu a que legenda deverá se filiar.
“Só não temos falado do assunto o Alckmin e eu. Você vê todo mundo dar palpite, mas não vê uma fala minha e do Alckmin. Por uma razão simples: ele saiu do PSDB e não definiu para onde ele vai. E eu não defini se sou candidato. Então não pode ter candidato nem vice”, disse.
Após deixar o PSDB, Alckmin ainda busca se filiar a alguma sigla e o assunto será tratado em reunião nesta quinta-feira, com os presidentes do PSB, Carlos Siqueira, e do PT, Gleisi Hoffmann.
A conversa servirá para acertar a possível chapa Lula-Alckmin.