Pré-candidatos ao Governo de SP exageram em entrevistas recentes
A Agência Lupa checou declarações de Luiz Marinho, Márcio França e Paulo Skaf. Veja como eles se saíram
atualizado
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Os diretórios paulistas do PT, PSB e PMDB já têm pré-candidatos ao governo de São Paulo. Luiz Marinho conta com o apoio do ex-presidente Lula. Márcio França deve tentar a reeleição se o governador Geraldo Alckmin realmente se afastar para concorrer à presidência da República. Paulo Skaf, que ficou em segundo lugar nas últimas eleições, é o mais conhecido dos três. Segundo o Datafolha, o peemedebista tem maior intenção de votos, mas também rejeição mais expressiva no estado. A Lupa checou declarações recentes dos três.
“Em 2002, quase derrotamos o PSDB em São Paulo”
Luiz Marinho, presidente do diretório estadual do PT-SP e pré-candidato ao governo, em entrevista publicada na Folha de S.Paulo em 26 de novembro de 2017No ano de 2002, Luiz Marinho foi candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de José Genoino. No segundo turno, ambos foram derrotados pela dupla Geraldo Alckmin (foto) e Cláudio Lembo, que conquistou 58,64% dos votos válidos, numa diferença de mais de 3,5 milhões de votos em relação aos petistas. Desde então, o PT nunca mais chegou ao segundo turno nas eleições estaduais em São Paulo.
Procurado, Luiz Marinho não retornou.
“Alckmin mandou para a Assembleia Legislativa [de São Paulo], e seus deputados aprovaram, lei que permite a inclusão do nome do consumidor ou consumidora no Serasa mesmo antes de ele saber da existência da dívida”
Luiz Marinho, presidente do diretório estadual do PT-SP e pré-candidato ao governo, em vídeo postado no Facebook no dia 30 de novembro de 2017O pré-candidato Luiz Marinho refere-se ao Projeto de Lei n° 874/2016, que passou pela Alesp e aguarda sanção do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Esse projeto regulamenta o sistema de inclusão e exclusão dos nomes dos consumidores nos cadastros de proteção ao crédito, entre eles o do Serasa Experian.
Hoje, a lei determina que o consumidor endividado precisa ser avisado por escrito sobre sua inclusão no cadastro e inclusive deve assinar formulário dos Correios dando ciência de que recebeu o alerta. Trata-se do Aviso de Recebimento, documento popularmente conhecido como AR.
Com o novo projeto, a assinatura do AR passa a ser dispensável. Mas o PL mantém o direito de o cidadão ser informado previamente por escrito, mediante correspondência. Nada garante, no entanto, que o consumidor lerá esse aviso antes de constar na lista de devedores.
“[7%] É o menor valor da Selic em toda sua história”
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo, em nota publicada no dia 6 de dezembro de 2017Como presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Skaf emitiu nota cobrando que a taxa de juros reduza em 2018. Desde 1999, a Selic é calculada do mesmo modo e, em 7 dezembro, alcançou seu valor mais baixo: de 7% ao ano. Antes disso, o menor índice registrado na série histórica foi de 7,25%, em novembro de 2012.
Fixada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), a Selic é um instrumento de política monetária do governo. O valor estabelecido é usado em aplicações entre bancos e na compra de títulos públicos federais.
“[Havia] Uma legislação [CLT] que obrigava o funcionário a tirar seus 30 dias de férias de uma única vez”
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e pré-candidato do PMDB ao governo de São Paulo, na abertura do “Seminário Modernização Trabalhista na Fiesp”, em 31 de agosto de 2017O artigo 136 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1943, estabeleceu a possibilidade de ter “férias concedidas em dois períodos” por ano. Exigia, no entanto, que nenhum desses intervalos de descanso fosse inferior a sete dias. Só eram obrigados a tirar 30 dias consecutivos os menores de 18 anos e maiores de 50. Em 1997, o Decreto-lei nº 1.535 modificou a redação desse artigo e fixou para 10 dias corridos o prazo mínimo de um dos períodos de férias (artigo 134), mantendo a possibilidade de divisão do tempo de descanso.
Procurado, Skaf não retornou.
“O orçamento [do Ministério da Ciência e Tecnologia] é de R$ 3,5 bilhões (…) um quinto do orçamento da Secretaria [Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação] de São Paulo”
Márcio França, vice-governador, secretário estadual e pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, em entrevista concedida ao SBT em 1 de dezembro de 2017
O Ministério da Ciência e Tecnologia teve um corte orçamentário de 44% em março deste ano e passou a ter R$ 3,27 bilhões para uso em 2017. Esse valor representa pouco mais de um quarto – e não um quinto – do orçamento que a secretaria comandada por França tem para 2017: R$ 14,53 bilhões.
Procurado, Márcio França não retornou.
(por Tiago Aguiar)