Loja de chocolates de Flavio vendeu menos na Páscoa
Também foi identificado que os valores em espécie depositados na conta da loja eram desproporcionais ao faturamento do estabelecimento
atualizado
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Um aspecto inusitado foi identificado na movimentação financeira da loja de chocolates, que tem o senador Flavio Bolsonaro (sem partido) como sócio. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) constatou que as vendas da Páscoa não influenciaram no valor dos depósitos em espécie que a loja fazia, contrariando uma tendência do setor.
Apesar do período mencionado representar o pico das vendas do segmento de chocolates, segundo o MP, este aumento não refletiu sobre os depósitos em dinheiro. Os registros indicam, inclusive, que, em outros meses, as quantias chegaram a ser maiores do que no período da Páscoa. As informações são da revista Época.
O MPRJ, no pedido de busca e apreensão, afirmou que embora o volume de vendas na quinzena da Páscoa seja muito superior ao verificado no restante do ano, o volume de dinheiro depositado em espécie na conta da Bolsotini (razão social da Kopenhagen) não variou na proporção das vendas aferidas através de outros meios de pagamento (cartões e cheques).
Pelo contrário: em períodos com volumes de venda muito inferiores, houve depósitos de dinheiro em espécie em quantias ainda superiores àquelas constatadas no período da Páscoa, não somente em termos percentuais mas também absolutos
Investigação
A franquia da loja de chocolates, situada no shopping Via Parque na Barra da Tijuca – Zona Oeste do Rio – foi comprada por Flávio em sociedade com Alexandre Santini no final de 2014, quando ainda era deputado estadual.
Os promotores investigam se a loja de chocolates foi usada para disfarçar a origem ilícita de recursos desviados dos salários de servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio, um esquema conhecido como “rachadinha”, durante o mandato de Flávio Bolsonaro como deputado estadual.
Na avaliação do MPRJ, nos dias que antecedem a Páscoa de 2015 a 2018, em termos percentuais, os valores depositados em dinheiro na conta da loja representam entre 17% e 24% do faturamento proveniente de outras formas de pagamento, como cartões de débito, crédito e cheques. Em outros períodos, essa proporção chega a 92%.
Também foi identificado que os valores em espécie depositados na conta da loja eram desproporcionais ao faturamento do estabelecimento.