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Lobista ligado a Renan Calheiros foi alvo da 35ª fase da Lava Jato

Milton Lyra também aparece em delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, por Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas

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Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles
Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Brasília – DF 25/04/2016
1 de 1 Eleição dos membros da Comissão Especial que analisará processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Brasília – DF 25/04/2016 - Foto: Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O lobista Milton de Oliveira Lyra Filho, ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi alvo de condução coercitiva e buscas e apreensões nesta segunda-feira (26/9). A ação fez parte da 35ª fase da Operação Lava Jato, que levou para a cadeia o ex-ministro Antonio Palocci (da Fazenda e da Casa Civil) dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT).

A Operação Omertà identificou relações de Lyra com recebedores de propinas da Odebrecht, cujos nomes constam nas planilhas do Setor de Operações Estruturas da empreiteira – o “departamento da propina”. “Em uma dessas oportunidades, o terminal telefônico de Milton Lyra foi fornecido como contato para o Setor de Operações Estruturadas”, disse o delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace.

Milton de Oliveira Lyra Filho é um empresário conhecido em Brasília. Há alguns anos, comanda o empreendimento comercial Meu Amigo Pet, uma rede de produtos para animais de estimação que atua na internet e também com lojas físicas. Bem relacionado com vários políticos, Milton aproximou-se de Renan Calheiros há cerca de 10 anos. Já trabalhou também com o usineiro e ex-deputado João Lyra – eleito em 2010 pela última vez pelo PTB de Alagoas, mas que depois filiou-se ao PSD.

Investigado
Milton Lyra também aparece em delação premiada, firmada com a Procuradoria-Geral da República, por Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas. Ele afirmou ter pago R$ 30 milhões a dois lobistas com trânsito no Congresso para fazer os repasses da propina para senadores do PMDB, entre eles, Romero Jucá (RR) e Eduardo Braga (AM). Além de Lyra, foi citado Lúcio Bolonha Funaro, que também seria o operador do esquema.

De acordo com o delator, Milton Lyra teria dito que agia em nome dos senadores “da bancada do PMDB”. Em outra frente investigativa, que apura desvios nos fundos de pensão, ele é investigado por aparecer como operador de duas empresas que captaram R$ 570 milhões do Postalis, o fundo de pensão dos Correios.

O lobista é beneficiário da offshore Venilson Corp, aberta em fevereiro de 2013 no Panamá, segundo revelaram os documentos do Panama Papers. A empresa foi usada para abrir uma conta numa agência do banco UBS na Alemanha. A instituição bancária encerrou as relações com o brasileiro cerca de dois meses depois, quando houve uma tentativa de movimentar uma alta quantia pela conta sem que estivesse esclarecida a origem do dinheiro.

O nome de Milton também veio à tona no fim de 2015, quando o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) foi preso numa das fases da Operação Lava Jato. Um bilhete apreendido na casa de Diogo Ferreira, então chefe de gabinete de Delcídio, falava de uma suposta propina de R$ 45 milhões. Milton Lyra é citado nesse contexto nas mesmas anotações, mas nega qualquer tipo de conexão com esse episódio.

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