Lobão no Roda Viva: esquerda tem “pau mole” e direita, “recalcados”
Em entrevista no programa da TV Cultura, cantor não poupou nenhum espectro político de críticas
atualizado
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Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o cantor Lobão não poupou nem direita nem esquerda de críticas. Na noite dessa segunda (01/06), o artista afirmou que a direita “não tem intelectuais, tem recalcados”. Já sobre a esquerda, ele avaliou que o grupo político tem “pau mole” e pratica “certos tipos de vitimização”.
“ A direita não tem intelectual, tem recalcados. A direita, tô falando de uma maneira ativa, aqui é um subproduto. Temos pouquíssimas seríssimas pessoas, o Martim Vasques da Cunha, o Bruno Garschagen, tem algumas pessoas que são realmente muito boas. O intelectual de direita eu considero que é um observador que tem uma riqueza de informações, mas é uma raridade, me incluo nesse rol, e ficamos num sanduíche. A direita, que o Reinaldo Azevedo chama de ‘direita chucra’, impera e abunda”, avaliou.
Apesar das críticas, Lobão afirmou que isso não o reaproxima de ideais frequentemente ligados à esquerda.
“Não é que [a esquerda] tenha ‘pau mole’. Acho que o intelectual de esquerda é o campeão mundial de ‘punheta’ de pau mole. Porque eu acho que há certos tipos de vitimização e de um auto centrismo da esquerda, que ela, realmente, quando vejo determinadas músicas de protesto, é uma ‘punheta de pau mole’. Não tem a visceralidade de um rock ou de uma música de protesto, de um Bob Dylan”, disse.
“Você pensa assim, o subtexto poderia ser ‘que peninha que tenho de mim’. Essa característica de vitimização, de se achar tão perseguido. Quero deixar bem claro que não estou atribuindo a ter ou não ter razão, de ser ou não percebido. Eu nunca vou me colocar como vítima, não vou ficar ‘ai, puxa’. Acho uma atitude mórbida, que é esteticamente carente de privacidade, de teor de força, dinâmica, de colorido, de atitude, de enfrentamento”, completou.
Em outro trecho da entrevista, ao criticar o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Lobão afirmou que há uma “intenção de destruir completamente a classe artística no Brasil”.