Livro revela: Bolsonaro ordenou a Queiroz faltar a depoimento
Avaliação era que, assim, o ex-assessor não ficaria com fama de fujão e blindaria a imagem do presidente e de seu filho Flávio Bolsonaro
atualizado
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A ausência de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, a um depoimento do Ministério Público do Rio de Janeiro se deu por uma ordem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
É o que informa o livro Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos, da jornalista Thaís Oyama, que será lançado pela Companhia das Letras no dia 20. São informações do colunista Guilherme Amado, da revista Época.
Segundo a obra, os advogados de Queiroz e Jair Bolsonaro haviam acertado que Queiroz iria ao interrogatório em dezembro de 2018 — com um Bolsonaro recém-eleito — e diria aos procuradores que não poderia falar até sua defesa ter acesso ao processo. E faria um adendo: que ninguém da família Bolsonaro tinha relação com o caso investigado.
Blindagem
A avaliação era que, assim, Queiroz não ficaria com fama de fujão e blindaria a imagem de Jair e Flávio Bolsonaro.
Mas tudo mudou dois dias antes do depoimento, quando Jair Bolsonaro mandou abortar a operação.
O presidente havia sido convencido por um advogado amigo que a melhor estratégia para abafar a história era jogar o caso para o STF – onde depois a defesa de Flávio Bolsonaro conseguiu uma liminar de Dias Toffoli paralisando investigações baseadas em informações de Coaf e Receita Federal.