Lira sobre candidatura de Moro: “Política ainda vai testar”
O presidente da Câmara dos Deputados também defendeu um “pente-fino” nos precatórios. PEC, se aprovada no Senado, volta à Câmara
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avalia com ceticismo a viabilidade da terceira via nas eleições de 2022. Ele destacou que o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro ainda precisa ser “testado”.
“Penso, hoje, que há uma polarização muito forte entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro, e a terceira via ainda está dividida. Se busca alternativas para fortalecer. Alguns eleitores dizem ainda ‘nem um e nem outro’. Mas quem vai personificar os interesses desses eleitores é que está difícil”, disse Lira, em entrevista à Globo News, veiculada na madrugada desta quinta-feira (2/12).
Para o parlamentar, Moro está em evidência porque a pré-candidatura à Presidência da República foi lançada recentemente, mas pontuou que ele precisa ser testado nas urnas. “Era um homem da Justiça, que foi reconhecido pelos atos de juiz, certos ou errados. E que vem para a política. [Mas] a política ainda vai testar”, declarou.
Lira afirmou também que o combate à corrupção é importante, mas não é o que define a eleição – que seria a economia. “A vida não é tão fácil quando você está com uma caneta na mão e um papel em branco para fazer despachos”, acrescentou.
O parlamentar destacou que Lula e Bolsonaro estão com pisos mínimos solidificados bem acima do sarrafo dos outros concorrentes. Segundo ele, os dois juntos saem com 60% das intenções de votos, deixando apenas 40% para os demais postulantes, além dos votos em branco e nulos.
Precatórios
O presidente da Câmara afirmou que o orçamento brasileiro vive crise permanente e defendeu a criação de uma comissão – que já consta na PEC dos Precatórios, em análise no Senado – para fazer um “pente-fino” nas dívidas judiciais da União daqui para frente. “Nosso orçamento é uma crise permanente”, disse.
“Na votação da PEC dos Precatórios, no Senado, o que eu soube é que vai vir para a Câmara uma criação, que é prevista na Constituição, de comissão permanente de avaliação, de estudo e análise: de onde vêm os precatórios? Como nascem? Como crescem? O que está por trás disso? Não é normal, a gente tem que entender esse problema”, ponderou.
Lira destacou que “um dia falam que é R$ 3 trilhões, outro dia falam que é R$ 4,3 trilhões e até onde vai? Não é normal”.
“Precatórios só existem no Brasil, porque em todo lugar você tem um débito, você paga o débito. Aqui você escalona o débito e depois ele vai lhe consumindo. Não cumprimos o nosso dever, que foi aprovar todas as reformas. Quando se aprovou o teto de gastos, precisava da previdência, tributária, trabalhista e administrativa. Fizemos duas e pedaços de outras”, disse.