Lira sobre acusação de Luis Miranda: “Pazuello deve responder”
Deputado federal do DEM relatou à PF que o então ministro da Saúde teria dito a ele que recebeu pressão do presidente da Câmara por recurso
atualizado
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![Arthur Lira, deputado](https://uploads.metroimg.com/wp-content/uploads/2021/03/11131659/Arthur-Lira1-Najara-Araujo-Camara-dos-Deputados.jpg)
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta terça-feira (3/8), que as declarações do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sobre ele ter pressionado o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para liberar recursos devem ser respondidas pelo agora ex-ministro ou pelo próprio Miranda no Conselho de Ética da Casa.
“A respeito das declarações dadas pelo deputado Luis Miranda, as mesmas devem ser respondidas pelo ex-ministro Eduardo Pazuello. Sobre as demais informações propagadas, o deputado deverá responder no foro adequado, que é o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados”, disse Lira, em nota.
Em depoimento à Polícia Federal, na semana passada, Miranda relatou que Pazuello teria revelado a ele que recebera pressão de Arthur Lira para liberar recursos da pasta, então chefiada pelo militar.
Também de acordo com a assessoria, o presidente da Câmara não deve apresentar alguma queixa contra Miranda ao colegiado. Na nota, Lira se referiu ao processo já existente no Conselho de Ética e que foi aberto a pedido do PTB contra o deputado Luis Miranda. Nesse caso, a critério do relator, seria possível incluir novos fatos, citando as declarações do deputado.
No processo que apura quebra de decoro de Miranda, ele é acusado de ter agido de má-fé ao denunciar “um suposto crime cometido por agente do Estado, apontando suposto superfaturamento a fim de prejudicar a imagem e imputar crime ao presidente da República e ao Ministro da Saúde à época, o general Eduardo Pazuello”.
O PTB, que pede a cassação do mandato de Miranda, alega que, ao apontar erros na primeira fatura apresentada pela empresa que intermediou o negócio de compra da vacina Covaxin, Miranda desconsiderou que, dias depois, o documento foi corrigido.
Miranda sustenta publicamente que os erros materiais no invoice (fatura de compra) só foram corrigidos porque houve a denúncia de irregularidades.
O relator desse processo ainda não foi escolhido. Foram sorteados como possíveis relatores do caso os deputados Darci de Matos (PSD-SC), Gilberto Abramo (Republicanos-MG) e Ivan Valente (Psol-SP).