Lira questiona discrepância em distribuição e aplicação de vacinas
“Por que o Brasil distribuiu 34 milhões de doses de vacinas e nós só temos 18 milhões de doses aplicados?”, perguntou o presidente da Câmara
atualizado
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Após reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), questionou o descompasso entre o número de doses de imunizantes contra o novo coronavírus distribuídas aos estados e municípios e a quantidade aplicada.
“Por que o Brasil distribuiu 34 milhões de doses de vacinas e nós só temos 18 milhões de doses aplicadas? Eu não acredito, não acho que seja possível que nenhum governador e nenhum prefeito não estejam vacinando. Nós estamos com déficit de quase 14 milhões de vacinas nos gráficos oficiais”, pontuou ele.
Ele citou o caso de um estado que recebeu 3 milhões de doses e só repassou a informação de que vacinou 1,5 milhão de pessoas.
Ainda assim, o deputado afirmou que não suspeita de má vontade ou má-fé de governadores e prefeitos. Ele defendeu que a pasta comandada por Marcelo Queiroga monte um grupo de controle das informações.
“A nossa solicitação é de que o Ministério da Saúde forme, urgentemente, um grupo ainda mais rígido de controle desses dados”, defendeu.
“Eu não acredito, em hipótese alguma, que tenha nenhum tipo de má vontade ou má-fé nisso. Pelo contrário, é um atabalhoamento desta crise, desta pandemia ou da burocracia de informação por parte de governos estaduais e governos municipais do retorno dessas vacinas que foram enviadas”, alegou.
“É um controle importante sanitariamente, é um controle importante para que a população saiba essencialmente o nível de vacinação em que o Brasil se encontra. Nós temos tomado isso com preocupação e temos cobrado isso diariamente para que nós tenhamos informação”, prosseguiu. “Informação, nesse período, é tudo. É fato que o nosso problema é vacinar e esse é o nosso foco.”
Segurança jurídica
Na coletiva, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), também afirmou que foram discutidas na reunião do comitê questões relacionadas à segurança jurídica para evitar que medidas tomadas pelos poderes Executivo e Legislativo sejam objeto de questionamento.
“Nada adianta nos esforçarmos e termos decisões judiciais que invocam. É obvio que respeitamos decisões, mas elas não podem ser fator de insegurança jurídica”, afirmou.
“Há um compromisso do CNJ e CNMP no sentido, inclusive através de recomendações do CNJ, de se buscar essa segurança com a participação muito importante do Poder Judiciário nessa empreitada.”