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Lira envia interpelação à Talíria Petrone após ser chamado de racista

Presidente da Câmara fez comentário sobre indígenas e foi repreendido pela deputada. Talíria tem cinco dias para se defender

atualizado

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Agência Câmara
Presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL)
1 de 1 Presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Agência Câmara

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), encaminhou, nesta quarta (23/6), uma interpelação extrajudicial à deputada Talíria Petrone (PSol) após ser chamado de racista. A parlamentar tem cinco dias para explicar por que “ofendeu sua honra” durante a sessão desta terça (22/6).

A situação ocorreu enquanto o deputado fazia um comentário sobre o confronto entre indígenas e forças policiais que aconteceu na terça. A manifestação tentava barrar a discussão sobre o projeto de lei que muda o Estatuto do Índio.

Segundo Lira, não seria “coerente” impedir os trabalhos da Casa. “Na semana passada, só para ser fiel, existiram e chegaram aqui alguns representantes dos índios. Invadiram o Congresso Nacional, subiram ao teto das cúpulas e ficaram usando algum tipo de droga, fumando e dançando aqui em cima”, disse o deputado.

Petrone reclamou da forma usada pelo presidente da Câmara para falar dos rituais indígenas. “É lamentável que ele chame os rituais —que são parte das culturas indígenas, e do alto do seu racismo ele não deve conhecer— de uso de drogas, de dança, de sei lá o quê”, afirmou. “Infelizmente, esta Casa tem sido placo de ataque aos povos indígenas, de ataque à natureza. E, lamentavelmente, nós ouvimos palavras de cunho racista proferidas na Presidência da Câmara”, declarou a deputada.

Na interpelação, Lira diz que a acusação é extremamente grave, é “desprovida de fundamento” e tem intenção de “macular sua honra”.

O PSol defendeu a deputada. A sigla diz que o presidente não sabe o que é racismo. O partido afirma ainda que não há histórico de utilização da interpelação contra os políticos que fazem parte do quadro, e que o pedido é intimidatório.

Caso Petrone se recuse a responder, poderá ser interpretada nas esferas cível e penal como se tivesse objetivo de ofender a honra do deputado. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o gabinete de Talíria já está preparando uma resposta oficial.

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