Lira emprega assessor apontado pela PGR como operador de “rachadinha”
Classificado como um dos entrepostos financeiros do grupo, Djair Marcelino trabalha no gabinete do líder do Centrão desde maio deste ano
atualizado
Compartilhar notícia
Líder do Centrão, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), aposta do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a presidência da Câmara, emprega um funcionário suspeito de integrar o esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Alagoas, denunciado pelo Ministério Público.
O secretário parlamentar Djair Marcelino é citado na acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), em 2018, como um dos envolvidos no “grupo criminoso” apontado como responsável por desviar R$ 254 milhões dos cofres públicos, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.
Marcelino é classificado pela PGR como um dos “entrepostos financeiros” da suposta organização criminosa. Ele teria sacado ao menos 10 cheques de servidores e transferido os valores para a conta de parlamentares. No total, 12 deputados estaduais, entre 2001 e 2007, teriam se beneficiado do esquema.
O Metrópoles confirmou, junto à Câmara, o vínculo empregatício de Djair Marcelino com Arthur Lira. O secretário trabalha no gabinete desde maio e, hoje, tem uma remuneração mensal de R$ 7.509,50. No período, acumulou R$ 56.582,17 de verba pública.
Em contrapartida à denúncia da PGR, o juiz de direito Carlos Henrique Pita Duarte, da 3ª Vara Criminal de Maceió, invalidou as provas sobre o envolvimento do deputado alagoano e o absolveu sumariamente — quando não há análise do mérito da ação — das acusações de peculato e lavagem de dinheiro.
“A vida do homem público é um livro aberto e quem está nela precisa ter serenidade. Nada como um dia depois do outro”, escreveu o deputado Arthur Lira, em uma rede social, no último dia 4 de dezembro, um dia após o suposto esquema de rachadinha vir à tona com publicação do jornal O Estado de S. Paulo.