Lira diz que urna eletrônica é confiável: “Fui eleito nesse sistema”

Durante discurso na Conferência “Brazil & the World Economy”, em Nova York, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), saiu em defesa da lisura e da confiabilidade do pleito de outubro de 2022. Lira também afirmou que os brasileiros precisam “ter tranquilidade política no pleito”.

“A polarização vai se dar, como se deu no mundo todo, em um momento específico da eleição. O povo vai escolher, sem o eufemismo de dizer que aquela urna presta ou não presta. Eu fui eleito nesse sistema, durante seis eleições e não posso dizer que esse sistema não funciona”, argumentou Lira.

“O sistema é confiável. Precisa de ajustes? Precisa! Mas é importante que nós tenhamos tranquilidade política no pleito, e nós haveremos de ter. […] As instituições brasileiras são fortíssimas, elas funcionam plenamente”, declarou o presidente da Câmara dos Deputados.

Lira ainda saiu em defesa do chamado “Centrão”, ao qual o presidente Jair Bolsonaro (PL) era crítico até o começo do seu mandato, em 2019. Agora, no entanto, o chefe do Executivo federal se encontra filiado ao Partido Liberal (PL), um partido tipicamente de centro.

O presidente da Câmara defendeu que o bloco político tem sido uma espécie de órgão regulador da polarização no Brasil, o que, segundo ele, mantém o equilíbrio do país. “Qualquer que seja o resultado eleitoral desse pleito de 2022, que o Brasil saiba exercer seu papel de protagonismo mundial”, observou Lira, sobre o pleito de outubro.

“O centro tem feito essa moderação nacional e tem tido uma responsabilidade muito forte no equilíbrio dos extremos de Brasília, na polarização política, nas dificuldades de convivência exacerbada das instituições se respeitarem. Sempre priorizamos e lutamos para que os poderes se contenham e fiquem restritos às suas esferas institucionais, para que o Brasil funcione plenamente”, salientou o parlamentar.

 

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Congresso x Planalto

Na contramão do que diz Lira sobre o processo eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em suas últimas falas, tornou a questionar a segurança do processo eleitoral e a confiabilidade de seus órgãos reguladores, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na semana passada, por exemplo, Bolsonaro disse que a Corte deveria atender às sugestões das Forças Armadas enviadas à Justiça Eleitoral. Segundo o chefe do Executivo federal, as ideias dos militares deveriam ser acolhidas “para o bem de todos”.

Em agosto do ano passado, o tribunal pediu ao Ministério da Defesa a indicação de um representante das Forças Armadas para a Comissão de Transparência das Eleições instalada pela Justiça Eleitoral. Neste ano, os militares enviaram à Corte um documento com dez medidas para, segundo eles, ampliar a confiabilidade do processo eleitoral. O texto foi analisado pelo colegiado do TSE.

“Então as Forças Armadas foram convidadas. Continuam trabalhando. Haverá mais reuniões [da comissão da Justiça Eleitoral] para convencer o TSE de que as sugestões das Forças Armadas, para o bem de todos, deveriam ser acolhidas”, afirmou o presidente durante sua semanal transmissão ao vivo nas redes sociais.

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