Lira diz que dar ministérios a partidos é solução para aumentar a base
Como adiantou o Metrópoles, para apoiar Lula nas pautas, Lira quer Ministério da Saúde e pastas do União Brasil
atualizado
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Como adiantou o Metrópoles, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PI), confirmou, em entrevista à GloboNews, ter pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o comando de quatro ministérios. Segundo Lira, “dar ministérios é solução para acalmar partidos”.
“Tem de conversar e dialogar para traçar uma base de maioria [tanto] na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal para ter essas matérias aprovadas. […] Como é que o governo se pré-dispôs a fazer uma base parlamentar? Ele deu ministérios ao MDB, PSD, União Brasil e todos os partidos que votaram nele na campanha”, disse Lira.
“Ele optou por esse formato e, lógico que em uma conversa entre líderes, parte da articulação política ou o presidente da República ou da Câmara, essa mesma solução seja dada para partidos que eles queiram aumentar a base. O que há de errado nisso? O que há de estranho nisso?”, questionou o presidente da Casa.
Lira disse ainda que, “pessoalmente”, não reivindicou nada, tampouco “a cabeça” de ministros do presidente. “O que eu pedi ao governo foi respeito e reciprocidade, um tratamento institucional e correto. Tenho ajudado o governo sendo facilitador das suas matérias e tenho certeza de que o governo sabe disso”, ponderou.
Articulação
Como adiantado, interlocutores do governo no Congresso relataram que Lira quer colocar aliados no Ministério da Saúde e nas três pastas hoje comandadas por indicados do União Brasil, partido que não tem dado o apoio esperado ao governo, apesar de ter grande espaço na Esplanada dos Ministérios.
Segundo apurou a reportagem do Metrópoles, o presidente da Câmara defende entregar essas pastas para partidos que hoje não estão no primeiro escalão, como o PP, sua própria legenda, e o Republicanos.
O União Brasil comanda o Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho; o do Turismo, com Daniela Carneiro; e o da Integração Nacional, com Waldez Goés. Como o partido realmente não tem atuado como base do governo, em tese, a entrega das pastas para aliados de Lira não é algo impossível.
Na Saúde, porém, a resistência deve ser maior. Lula não gostaria de colocar a pasta, comandada hoje por Nísia Trindade, no contexto das trocas políticas. O petista, da mesma forma, resiste em abrir conversas sobre abrigar indicações políticas entre os ministros palacianos, que se encontram sob ataque de parlamentares e são acusados de ter culpa nos problemas de relacionamento do governo com o Congresso.