Lira descarta urgência para PL do combustível: “Subsídio é prioridade”
O presidente da Câmara disse que o projeto aprovado pelo Senado é mais “conceitual” e não serve para resolver os altos preços de agora
atualizado
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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira (17/3) que a votação do projeto de lei aprovado no Senado com o objetivo de amortizar as altas nos preços dos combustíveis “não está no radar de votações” para a próxima semana.
Segundo ele, a proposta é estruturante, e precisa ser apreciada de maneira “tranquila” e “relaxada”. Ele apontou, no entanto, que a necessidade de se criar um subsídio para o combustível precisa ser discutida com mais urgências pela Casa.
“Nós tivemos sempre muito respeito e paciência pelo cronograma de cada Casa. Quando eu quis dizer, de uma maneira tranquila, relaxada, que não está no radar é porque uma coisa, quando está no radar, é quando ele está na semana de votação aqui na casa”, afirmou.
“Então ele está sendo discutido, ele está sendo apreciado, ele vai ser votado ou modificado, mas nós temos outras situações mais emergentes, como, por exemplo, cobrar da Petrobras, porque quando o dólar baixa e o petróleo baixa, não baixam os preços dos combustíveis. Então, essas situações precisam ser discutidas”, disse Lira. “A questão de um subsídio emergencial para os combustível precisa ser discutida.”
A postura de Lira difere da posição externada pela equipe econômia na semana passada, que considerou a possível concessão de um subsídio para o combustível uma possibilidade a ser pensada para os próximos dois meses, caso a guerra na Ucrânia continue.
Ao falar sobre o projeto que cria um fundo de estabilização para conter os preços, aprovado pelo Senado na última quinta-feira (10/3), Lira considerou a proposta com efeito “mais de longo prazo”. “Ela traz uma estruturação, então ela não vai na veia do momento emergencial que nós estamos vivendo, é essa situação”, disse Lira.
Após se reunir com líderes da Câmara, Lira voltou a cobrar a Petrobras para reduzir o preço dos combustíveis nas bombas ao consumidor final. Na avaliação dele, não há explicação para a empresa não diminuir os valores praticados tendo em vista a queda do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.
“É lógico que a Petrobras não pode ficar com a política de preços que está em vigência, com valores defasados para não termos desabastecimento e outras consequências. Mas é claro que, quando baixa o dólar e baixa o petróleo, a gente não recuar no aumento é sem sombra de dúvidas uma incapacidade da Petrobras de dar uma resposta rápida ao povo brasileiro”, disse.