Lira: candidatura à Presidência da Câmara é “gesto de pacificação”

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta terça-feira (31/1), que busca reeleger-se para o comando da Casa da Legislativa para “pacificar” a relação entre os Poderes. Lira destacou que a ampla aliança dos mais diferentes partidos em apoio à sua recondução é um “gesto claro” de uma relação mais harmônica do Legislativo com o Executivo e o Judiciário.

“A Câmara se une administrativamente num gesto claro de início de pacificação”, disse o parlamentar, em entrevista à GloboNews. Na ocasião, o deputado ainda prometeu uma candidatura com o DNA do Centrão: “É uma candidatura que tem uma natureza de centro, menos radical, com acordos que o Brasil precisa que sejam costurados para que tenhamos anos calmos”, prosseguiu.

Lira defende que sua candidatura dará mais “amplitude de alianças e tranquilidade no encaminhamento das matérias” na Casa. “É uma candidatura de revisitação aos Poderes, para que estes voltem aos seus espaços constitucionais e cumpram seu papel”, enfatizou.

Segundo Lira, caso seja reeleito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrará, na Câmara, um “facilitador”. “Sem nenhum susto, o presidente Arthur é previsível, correto, cumpre os acordos, não tem nenhum tipo de sobressalto nas suas atuações”, ressaltou.

“Em primeiro lugar, a gente precisa desmistificar algumas posições. O presidente da Câmara, em um sistema que sempre combati – não defendo o presidencialismo de coalizão –, ele tem que ser um facilitador das pautas, um magistrado que ausculta todos os parlamentares das mais diversas tendências e das mais diferentes opiniões. Necessariamente, os partidos de centro que são nossa riqueza política do país tendem a dar oportunidade para os governos eleitos implementarem democraticamente o que foi aprovado nas urnas”, explica.

Amplo favoritismo

Lira enfrenta um único candidato na eleição para a Presidência da Câmara: o deputado federal Chico Alencar (PSol-RJ). Nos corredores da Casa, o alagoano é dado como vencedor da disputa. O favoritismo se deve à capacidade de articulação, tendo iniciado as conversas com os parlamentares eleitos logo após o primeiro turno das eleições federais, em outubro do ano passado. Desde então, o deputado está em negociação direta com as bancadas, ampliando apoio e consolidando sua força no comando da Casa.

Lira chega para a eleição como deputado federal mais votado da história do estado de Alagoas. No pleito para Presidência da Câmara, o alagoano também sonhava com uma votação recorde. Para isso, construiu uma rede de apoio capaz de unir siglas opostas e adversárias como o PT e PL, além das bancadas do PP, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Mais Brasil (fusão PTB e Patriota), Pros, PCdoB, PV, PSB e União Brasil.

A eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados e para a Mesa Diretora ocorre nesta quarta-feira (1º/2), no mesmo dia em que tomarão posse os 513 deputados federais eleitos em outubro de 2022.