“Líderes são centroavantes do presidente”, diz porta-voz do Planalto
Declaração é sobre divergências quanto à coordenação do andamento da reforma da Previdência no Congresso: se de Bolsonaro ou parlamentares
atualizado
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Após uma semana de tensão com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Palácio do Planalto tenta colocar panos quentes na relação entre os poderes para garantir a aprovação do texto que altera as regras de aposentadoria dos brasileiros. Durante coletiva com a imprensa na tarde desta segunda-feira (25/3), o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, disse que a interlocução com o Congresso continuará sendo feita pelos líderes do governo nas duas Casas legislativas.
Questionado pelo Metrópoles sobre quem do Planalto seria destacado para conversar com os congressistas – ponto muito criticado por eles –, Rêgo Barros afirmou que é por meio de seus líderes que o presidente se expressa no Legislativo: na Câmara, o Major Vítor Hugo (PSL-GO); no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE); e no Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). O porta-voz desconversou sobre a possibilidade de Bolsonaro receber Maia para uma conversa, mas disse que o presidente da República está “aberto” a um possível encontro.
O general confirmou que Bolsonaro também está “ao lado do Congresso para caminhar juntos e aprovar a nova Previdência”. Contudo, apesar da menção a “dividir a responsabilidade” pelas mudanças nas regras de aposentadoria, Rêgo Barros engrossou o coro sobre os riscos para o crescimento do país se a proposta não for aprovada pelo Legislativo.
Temos duas opções: aprovarmos a Previdência ou mergulharmos em um buraco sem fundo
Otávio Rêgo Barros, porta-voz da Presidência da República
O porta-voz afirmou ainda que Bolsonaro entende ser necessário um esforço coletivo pela aprovação da matéria e que também é parte da negociação, mas não sinalizou como o Planalto abrirá o diálogo com os parlamentares. Tampouco há previsão de novo encontro entre o presidente e os líderes partidários.
Aniversário da ditadura
Questionado sobre as comemorações do 31 de março, dia em que o golpe militar de 1964 completará 55 anos, o porta-voz disse que Bolsonaro não entende a data como um golpe de estado e orientou o Ministério da Defesa a realizar as “devidas comemorações”.
Quando questionado sobre como seriam as “devidas comemorações”, o porta-voz disse tratar-se daquelas “que os comandantes achassem adequadas dentro de seus quarteis e guarnições”.
A ditadura militar durou 21 anos no país, entre 1964 e 1985. A Comissão da Verdade, concluída em 2014, determinou que pelo menos 434 pessoas foram mortas e ou permaneceram desaparecidas acusadas de oposição ao regime militar.