Líderes petistas repudiam vetos de Temer ao texto da reforma política
Em nota, deputado Carlos Zaratini (SP) e senador Lindbergh Farias (RJ) afirmam que presidente violou soberania do Congresso
atualizado
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Os líderes do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), divulgaram neste sábado (7/10) nota conjunta para criticar os vetos assinados na sexta-feira (6) pelo presidente Michel Temer no texto da reforma política. “As bancadas do Partido dos Trabalhadores na Câmara e no Senado vão lutar, junto com outros partidos, para derrubar os vetos de Temer”, afirmam.
Temer retirou dois pontos da legislação que passa a regular as eleições. No caso mais polêmico, decidiu vetar o artigo incluído na madrugada de quinta-feira pelos deputados e que poderia levar a uma censura prévia na internet. Ele também removeu outro artigo que revogava a regra atual que permite o financiamento de até 100% das campanhas com recursos próprios, o que beneficia candidatos mais endinheirados.
Para os parlamentares petistas, a manutenção da redação da lei atual, que prevê doações de pessoas físicas de até 10% de seu rendimento bruto, é “outro retrocesso inconcebível”.” Em resumo, os dois vetos de Temer privilegiam candidatos com proximidade ao grande capital ou que tenham grandes fortunas. Tenta-se criar, assim, a democracia dos ricos, uma plutocracia em pleno século 21”, escreveram.
Os petistas dizem ainda que a reforma política avançou em pontos importantes, como o estabelecimento de cláusulas de barreira, o fim das coligações, a instituição de um fundo eleitoral e a criação do teto de gastos. “Temer, porém alterou de forma radical a estrutura central do que foi aprovado”, criticam.
“Avanços democráticos foram anulados com uma só canetada por um presidente que deixa claro que está ao lado daqueles que tentam, neste momento, criar fundos de apoio a candidatos alinhados a interesses externos e a setores privilegiados da sociedade brasileira”, completam.
Zarattini e Lindbergh Farias afirmam ainda que o PT atuou para garantir um sistema eleitoral mais justo, “a fim de tornar as eleições mais democráticas e equilibradas, e acabar de vez com o financiamento empresarial no País”.