Líder do Podemos defende corte nos supersalários após reunião com Bolsonaro
Deputado Léo Moraes disse que presidente se mostrou contrário à recriação de novo imposto nos moldes da CPMF
atualizado
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O líder do Podemos na Câmara dos Deputados, Léo Moraes (foto em destaque), disse que a sigla sugeriu ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o corte em supersalários como forma de financiar o programa Renda Cidadã, que promete aumentar o valor e o número de beneficiados do Bolsa Família. As declarações foram dadas na saída da reunião que o parlamentar teve com o chefe do Executivo, na manhã desta quarta-feira (7/10).
“Nós apresentamos alguns caminhos, entre eles o corte nos supersalários. É importante que o Brasil entenda que todos passam dificuldades e algumas parcelas devem entregar mais do que outras”, frisou o deputado.
Moraes disse enxergar clima para a votação da reforma tributária, mas ainda não vê ambiente favorável para a entrega da proposta definitiva do Renda Cidadã.
“Até porque tem de ser algo altamente planejado para atender o maior número de pessoas dos programas existentes da atualidade. Se o Bolsa Família hoje atende 14 milhões, que nós possamos atender 20, 25 milhões com o programa que está por ser apresentado”, assinalou.
CPMF
Durante a reunião, Bolsonaro e o líder do Podemos trataram da recriação da CPMF. Ressuscitar o imposto vem sendo uma das alternativas defendidas pela equipe econômica para bancar a desoneração da folha de pagamento.
O governo, no entanto, vem enfrentando dificuldade em apontar a fonte de financiamento não apenas da desoneração, mas também do novo programa social.
“Nós discutimos a questão da CPMF e chegamos ao encontro de opiniões de que não faz sentido criar a CPMF no momento que nós temos uma alta carga tributária e a população precisa de condições de colocar o arroz e o feijão dentro de casa, e o presidente foi taxativo que é contrário ao aumento de carga tributária”, disse o líder partidário.
Entre as alternativas já apresentadas, estão o congelamento de aposentadorias, a criação de um novo imposto, o uso de verba do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e e precatórios. Todas essas opções acabaram alvo de críticas.