Líder do governo diz que Planalto não vai intervir na disputa pela CMO
A briga é travada na base do governo. Rodrigo Maia e Arthur Lira querem controlar a comissão e se fortalecer para a disputa pela Câmara
atualizado
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O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta terça-feira (27/10) que o Palácio do Planalto não pretende interferir na disputa travada pelo controle da Comissão Mista de Orçamento (CMO), visto que o pano de fundo na disputa entre partidos da base governista é a sucessão na Câmara – cuja eleição ocorrerá no início de fevereiro de 2021.
“Quando há uma diferença entre partidos da base do governo, o governo não toma lado”, disse o líder. “Todos são nossos aliados. Inclusive, o presidente da Câmara, que é do DEM, da base do governo.”
“Nós temos absoluta clareza de que devemos ter calma. Estamos buscando um amplo acordo, que trata, na verdade, da sucessão da Câmara dos Deputados. Os impasses são por esse motivo maior”, declarou Barros, ao sair de um evento na Base Aérea de Brasília.
Obstrução
Nesta semana, o bloco de partidos de centro, conhecido como Centrão, está em obstrução na Câmara enquanto o comando da CMO não for resolvido.
Barros, por sua vez, minimizou o impacto da obstrução sobre a pauta de votações, alegando que ainda não há atraso na apreciação de matérias de interesse do governo.
“Hoje não deveríamos votar nada. Votamos os representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Num dia que não era para votar nada, nós acabamos alcançando algum avanço. E assim vamos insistir a cada semana.”
Entenda a disputa
A disputa pelo controle da CMO envolve o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tenta emplacar a deputada Flávia Arruda (PL-DF). Já Maia quer fazer valer o acordo firmado no início do ano para que o comando do colegiado fique com Elmar Nascimento (DEM-BA), seu aliado.
Sem se viabilizar para um novo mandato, Maia pretende eleger seu sucessor no comando da Câmara, e esbarra no desejo de Lira de chefiar a Casa.